O PSDB é o único partido grande e bem estruturado que não vai lançar candidatura a prefeito e ainda está solto no arranjo político da Serra. O líder partidário, deputado Vandinho Leite, tem sido muito reservado quanto aos rumos da sigla na Serra, considerando a posição estratégica do município, tanto para o partido quanto para seu mandato.
Mas há informações de que pelo menos três grupos têm dialogado com os tucanos: o PP, do ex-prefeito Audifax Barcelos, e o Republicanos, do deputado Pablo Muribeca, ambos praticamente certos como candidatos a prefeito da Serra. Em terceiro lugar, talvez em uma posição mais distante, está o PDT do prefeito Sergio Vidigal, que em março lançou Weverson Meireles como candidato à sua sucessão.
Na avaliação de pessoas próximas a Vandinho, alguns critérios têm sido considerados. Em primeiro lugar, os tucanos pleiteiam a vice na chapa majoritária. Há informações de que isso já foi oferecido tanto pelo Republicanos quanto pelo PP. Vandinho teria pelo menos dois nomes para indicar: Nilza Cordeiro, que recentemente deixou seu cargo na Assembleia Legislativa respeitando o prazo do calendário eleitoral, sinalizando claramente que pode ser uma das potenciais indicadas por Vandinho. Além de Nilza, há especulação sobre o presidente da Associação dos Pastores Evangélicos da Serra, conhecido como pastor Marcelo, que é muito próximo a Vandinho e também filiado ao PSDB.
Além da vice, o partido está considerando os arranjos de alianças em outras cidades estratégicas. Nesse ponto, há uma forte sinalização da hipótese de uma composição com Pablo Muribeca. Isso porque, nas cidades de Santa Teresa, São Roque do Canaã, Mantenópolis, Laranja da Terra e Ibitirama, o Republicanos, partido de Pablo, está apoiando o PSDB, que detém a cabeça das chapas de prefeito. Essa articulação foi feita diretamente pelo ex-presidente da Assembleia, Erick Musso, principal indutor da pré-campanha de Pablo e com bom relacionamento com Vandinho desde a legislatura passada no parlamento estadual.
Nesse sentido, houve também um afastamento do PSDB, não apenas com o PDT, mas também com o PSB. Isso se deve ao fato de que, nos municípios do interior, o partido de Vidigal e do governador Renato Casagrande não fizeram concessões nem prestaram o apoio que os tucanos esperavam. Entre os pontos positivos que podem favorecer uma aproximação entre PSDB e PDT está o fato de que Weverson e Vandinho dialogam bem. No entanto, essa variável, por si só, não terá peso decisivo na decisão tucana.
O PSDB é um partido muito importante na composição das alianças de Casagrande, além do fato de que o próprio Vandinho atua como uma espécie de líder informal do Governo do Estado na Assembleia. Esse ponto deveria impor um maior nível de atenção à posição do partido na Serra. Casagrande está muito alinhado com o PDT de Weverson e Vidigal, mas não vai criar desafetos no seu próprio campo, considerando que a próxima eleição diz respeito diretamente a ele, momento em que precisará apresentar um sucessor em um ambiente de consenso entre seus aliados.
A convenção do PSDB acontece no próximo dia 26 de julho, às 19h, na Associação de Moradores de Barcelona. Ou seja, a próxima semana será decisiva para o partido, embora existam instrumentos legais capazes de dar mais alguns dias ao partido caso a decisão definitiva não esteja pavimentada. Vandinho, aparentemente, não está em uma posição desconfortável, já que conseguiu estruturar as cidades tidas como fundamentais para os candidatos a prefeito do partido e está compondo em diversas outras com boas possibilidades de vitória. Um dos gargalos segue sendo a Serra, que se encaminha para uma acirrada disputa em que tudo pode acontecer. Nesse sentido, Vandinho tem opções para apostar suas fichas e contribuir com um projeto que pode efetivamente gerar resultados eleitorais.