“PSDB está aberto a aliança para a prefeitura da Serra, mas não abrirá mão da vice”, diz Vandinho

Este ano o PSDB se encontra em uma confortável posição de neutralidade no cenário eleitoral pra prefeito da Serra, observando o cenário e aberto ao diálogo para se alinhar ao projeto que melhor se encaixa nos princípios do partido. A estratégia político-eleitoral foi definida pelo deputado Vandinho Leite, presidente estadual da sigla, que optou por não ser candidato a nenhum cargo eletivo em 2024.

No entanto, o deputado ressalta que a condição fundamental para que o PSDB participe das negociações é que a vice-prefeitura seja destinada à sigla. Em contato com a coluna, o deputado declarou que não apoiará propostas de candidatura que incluam bandeiras extremamente ideológicas em suas plataformas. Além disso, ele deixou em aberto a possibilidade de apoiar um dos três pré-candidatos: Audifax Barcelos (PP), Pablo Muribeca (Republicanos) e Weverson Meireles, lançado pelo prefeito Sergio Vidigal em março deste ano (ambos do PDT).

“A eleição é municipal, portanto, os temas que precisam ser debatidos são aqueles que impactam o dia a dia da população. São questões como saúde pública, limpeza urbana, escolas em tempo integral, saneamento básico, abastecimento de água, qualificação de mão de obra, assistência social, obras de mobilidade e infraestrutura. Em resumo, o objetivo é garantir que a população tenha uma melhor qualidade de vida através de ações e serviços concretos, que façam parte da realidade dos cidadãos. Essas discussões ideológicas extremas não resolvem o problema de uma mãe que precisa de um médico na UPA ou de um pai que precisa se recolocar no mercado de trabalho”, afirmou Vandinho.

Nesse contexto, o deputado e presidente do PSDB afirmou que o partido está aberto a dialogar com os três pré-candidatos mencionados acima ao cargo de prefeito, desde que haja uma plataforma de governo e propostas que garantam a pluralidade de ideias e projetos reais, que propiciem o amplo desenvolvimento socioeconômico da Serra.

Politicamente, o parlamentar evitou fazer uma análise individual, mas adiantou que na esfera pessoal, “a melhor relação é com Audifax”. No entanto, disse que há um relacionamento saudável com os demais e que há caminho para composição, “desde que o PSDB indique o vice na chapa”, condição que ele coloca como irredutível para os pré-candidatos que desejarem um alinhamento partidário.

Na prática, Vandinho parece agir sob a mesma estratégia vitoriosa que elegeu o atual governador Renato Casagrande (PSB) em 2022, quando o PSDB indicou Ricardo Ferraço como vice-governador, na época filiado ao PSDB. Aliás, além da capacidade de mobilização que o grupo de Vandinho e o PSDB detém, há também uma questão igualmente relevante: a aliança entre Casagrande e os tucanos. O governador está muito bem avaliado na Serra e é o político com maior potencial de transferir votos para um aliado, conforme pesquisa contratada pelo Tempo Novo.

A posição do PSDB/Serra é de interesse direto para Casagrande, considerando que uma hipotético racha entre ele e o partido aliado não atende aos seus interesses. Na Serra, Casagrande é, indiscutivelmente, apoiador da chapa liderada por Vidigal/Weverson. Essa situação faz com que o PSDB possa ampliar esse apoio, caso feche acordo com o PDT, ou funcione como uma blindagem, caso opte por outro projeto eleitoral.

Questionado sobre hipotéticos nomes que o partido poderia oferecer para as negociações da vice-prefeitura, Vandinho desconversou, afirmando que a escolha ainda está sendo trabalhada internamente e que será feita com base no diálogo entre os partidos, levando em consideração a composição partidária.