Depressão, transtornos mentais e psicológicos são fatores de risco, mas há casos em que problemas sérios, como os financeiros, familiares ou afetivos também podem ser a razão para a decisão. Foto: Agência Brasil
A cada 35 segundos, uma pessoa comete suicídio no mundo. No Brasil, uma pessoa comete suicídio a cada hora. Os dados são da Associação Brasileira de Psiquiatria. Não é realmente incomum sabermos de casos de pessoas que se jogaram da Terceira Ponte ou mesmo que se mataram usando arma, remédios e outros meios. Mas por que ainda se fala tão pouco sobre um problema social e de saúde pública tão grave? Ainda há muito tabu sobre o tema, não há dúvida, e não é um assunto tão simples de ser tratado.
A psiquiatra da Unimed Vitória Andrea Arlotta destaca que a informação é muito importante para que se possa prevenir o suicídio. “Claro que é preciso cuidado ao abordar o tema, mas não há prevenção se não falarmos do assunto, não pode ficar velado”, analisa a médica.
Ela explica que vários fatores podem levar alguém ao ato extremo de atentar contra a própria vida. Geralmente, a depressão e/ou outros transtornos mentais (ou uma associação de problemas psicológicos) são fatores de risco, mas há casos em que problemas sérios, sejam financeiros, familiares ou afetivos, a dificuldade de lidar com eles e a falta de solução podem também ser a razão para essa decisão.
“A depressão é uma das causas mais comuns, mas não necessariamente o suicida tinha essa doença. O suicídio pode acontecer a partir de uma tristeza profunda gerada por uma situação específica”, explica a psiquiatra.
É importante que o assunto não fique escondido. É importante trazer as reflexões sobre o suicídio à tona. “Vamos falar sobre o tema para diminuir os preconceitos e julgamentos superficiais. Para isso, é preciso esclarecer. Não cabe a ninguém culpar ou julgar uma pessoa deprimida, em iminência de cometer o suicídio. Precisamos estimular a empatia, fazer a sociedade comprar essa causa para que possa ajudar na prevenção. Às vezes, por falta de informação, deixa-se de auxiliar alguém que está ali bem próximo precisando de um apoio”, diz Andrea.
Daí, tão fundamental quanto informar, é conscientizar sobre quais sinais indicam que a pessoa pode ser uma suicida em potencial, como se deve abordá-la e o que fazer para ajudar antes que chegue a esse ato extremo. “A pessoa que pensa em se matar está desesperada, não aguenta mais sofrer, quer dar fim à dor, e não à vida, mas acaba vendo no suicídio o único caminho para isso. Se deixamos de falar, se nos calamos diante do tema, deixamos também de ajudar muita gente que fica isolada em seu sofrimento”.
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