O Partido dos Trabalhadores amargou mais uma vez o resultado das eleições proporcionais, ficando de fora da Câmara da Serra. O partido, que outrora ocupou cadeiras no Legislativo Municipal, não elegeu nenhum representante desde as eleições de 2020. A legenda estava em federação com PCdoB e PV.
Segundo dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os candidatos mais votados do PT traz Elcimara Loureiro em primeiro lugar com 2.028 votos; seguida de Gilmar Carlos, com 1.904 votos e Ivo Lopes, que acumulou 1.529 votos. O ex-vereador Aecio Leite teve 1.231 votos.
Segundo o candidato Ivo Lopes, o PT precisa voltar a dialogar com base. “A direção do PT vem se afastando dos processos de disputas e dos espaços de associações e conselhos. Nós do PT da Serra temos que rever nossa atuação na cidade e nossa postura diante as gestões municipais. O eleitorado espera do PT um partido combativo, perdemos isso nos últimos anos e estamos colhendo o resultado”, avaliou Lopes, que é estudante de Direito e liderança comunitária.
O Professor Roberto Carlos, que disputou o cargo de prefeito, analisou o cenário. “Nossa expectativa era fazer dois vereadores, provavelmente um do PV e outro do PT, mas infelizmente a gente não conseguiu, de forma que o PT perde a representação na Câmara. Desejo sorte ao Stefano, do PV e aos parlamentares do campo democrático e que a Câmara tenha uma participação importante para melhorar a vida das pessoas”, comentou.
Presidente municipal do PT, Miguel Júnior disse que o partido saiu “muito bem da eleição”. Segundo ele, não se deve olhar o PT isolado, mas como uma federação, composta ainda pelo PCdoB e PV. “Se olhar isoladamente, tivemos muito mais votos do que na eleição passada. A federação elegeu um vereador, Stefano Andrade (PV), ficamos com as suplências. Com a mudança na Legislação, nós sabíamos que corríamos esse risco, porque dependíamos do desempenho individual de cada candidato”, afirmou.
Questionado se o PT perdeu musculatura na Serra, disse que não. “O problema foi a construção, com algumas pessoas, foi centralizado e, com a saída dessas pessoas, ficou desestruturado”, acrescentou.
Já o cientista social Odmar Péricles do Nascimento avalia que “o Partido dos Trabalhadores – Serra ficou velho, feio, arcaico. Não oferece mais atratividade”, avaliou.