Desde que Luiz Inácio Lula da Silva foi reeleito presidente, o Partido dos Trabalhadores (PT) está buscando maior inserção na administração de Sergio Vidigal (PDT), prefeito da Serra. A manobra, organizada pelo deputado estadual João Coser, tem foco na estrutura da Secretária de Habitação, que foi incorporada a Secretária de Assistência Social. O objetivo de Coser, na verdade, é pavimentar uma aliança entre PT e PDT para as eleições municipais de 2024 em Vitória, onde ele é pré-candidato. A tentativa de aliança não é nova, mas desta vez, Vidigal tem mantido o PT à distância, aguardando o momento oportuno para tomar uma decisão definitiva.
Vidigal parece relutante em integrar o PT em sua administração no curto prazo. Especificamente, as abordagens de políticas habitacionais favorecidas pelo governo Lula, voltadas para a população de baixa renda, parecem discordar das posições de Vidigal. Este, por sua vez, vem promovendo iniciativas destinadas a atrair uma demografia menos dependente dos serviços públicos. Segundo ele, 80% da população da Serra é usuária de serviços públicos como escolas, saúde e transporte. Por isso, suas políticas têm como objetivo diversificar esse perfil populacional para diminuir a demanda social. Resiltado direto disso, por exemplo, é que o Plano Diretor Urbano da Serra (PDU), instituído este ano, limitou o tamanho mínimo dos loteamentos para tentar conter o impacto de projetos habitacionais de baixo custo.
Politicamente, Vidigal pode ter ainda mais razões para hesitar em acolher o PT. A Serra é uma das cidades com maior proporção de evangélicos no Brasil, um grupo que apresenta resistência ao PT – apesar de não ser uma regra – e muito vulnerável as pautas de costumes indexadas ao partido. Com uma postura pragmática, Vidigal parece questionar o que o PT pode realmente oferecer. Mas Vidigal, pelo menos por enquanto, parece querer evitar uma candidatura própria do PT, mantendo o partido numa espécie de limbo político.
O que ele fez em 2020 talvez forneça pistas. Ele evitou uma candidatura própria do PT, sem incorporá-los em sua própria chapa. O resultado foi desastroso para o PT, que ficou sem assentos na Câmara Municipal pela primeira vez desde a redemocratização. Será que o PT está disposto a repetir essa estratégia, especialmente com Lula novamente no poder?
O PT enfrenta uma encruzilhada: se sujeitar novamente a esse papel o que pode levar à irrelevância política. Paralelamente não quer a fragmentação do campo progressista, já que pode abrir caminho para campanhas adversárias. Uma candidatura própria, embora arriscada, poderia até ser viabilizada, pois nomes o partido até tem, como a vereadora Elcimara Loureiro, que só não está ainda filiada no papel pois a janela de mudança partidária é mais para frente, mas já foi incorporada ao PT há algum tempo; além do ex-deputado Roberto Carlos e de Gilmar Ferreira – personalidade antiga do PT/Serra.
Mas a condição para isso depende fortemente do PT em Vitória, que tradicionalmente tem priorizado suas próprias necessidades políticas em detrimento das da Serra. Portanto, enquanto Vidigal mantém o PT no ‘banho-maria’, o destino político do partido na cidade permanece incerto. O PT Serra tem tentado uma agenda com Vidigal, que deve ocorrer nas próximas semanas. Pode ser um ponto de inflexão do partido para as decisões que serão tomadas. Talvez, a conversa flua não pela candidatura própria, mas pela ajuda na montagem da chapa de vereadores, para que o partido não fique novamente sem representantes. Seria um prêmio de consolação para o banho-maria que o PT está. Certo é que o destino do PT é uma das pontas soltas na Serra, que antes de debater nomes, pelo visto precisa debater o destino.
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