Sessenta e cinco mil. Este é o número de pessoas que podem ficar desempregadas somente em Minas Gerais por conta da paralisação de parte das atividades da Vale após rompimento da barragem de Brumadinho, em janeiro, e de outras espalhadas por diversas regiões mineiras e que estão em risco de estourar.
É o que aponta estudo realizado pela Associação dos Municípios Mineradores de Minas Gerais e do Brasil (Amig), divulgado esta semana. O documento, que considerou postos de trabalho diretos e indiretos, não menciona quantos empregos podem ser perdidos no Espírito Santo e na Serra com o declínio da produção da mineradora.
Aqui no estado, os efeitos do declínio já se fizeram sentir. A metalúrgica CBF, em João Neiva, chegou a parar em fevereiro por falta de minério. Na Serra, a ArcelorMittal Tubarão, principal cliente da Vale, disse não ter sido afetada; porém, não esconde a preocupação ao declarar que espera que a Vale priorize seus parceiros locais.
Na tarde de quinta-feira (28), a revista Infomoney atualizou alguns dados referentes à paralisação da Vale que teriam sido divulgados pela própria mineradora em teleconferência conduzida pelo diretor-executivo de Finanças e Relações com Investidores, Luciano Siani. De acordo com as informações, a produção da empresa no ano de 2019 deve cair quase 25% do previsto, que é de 400 milhões de toneladas.
No momento, a empresa paralisou, por iniciativa própria e judicialmente, atividades com capacidade de produzir 93 mi ton/ano. A estimativa da mineradora, ainda segundo a Infomoney, é de que a redução na produção de 2019 seja de 75 mi ton/ano e, num cenário otimista, com a retomada da Mina de Brucutu, de 50 mi ton/ano.