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Queimadas em torno do Mestre Álvaro pioram o ar da Grande Vitória

O fogo acontece nas camadas de turfa existentes entre os bairros da Serra e o Mestre Álvaro. Foto: Divulgação/Internauta

Além do pó preto o ar da Grande Vitória ganhou mais um vilão nesses dias sem chuva e de muito calor: a fumaça de incêndios. De acordo com moradores o forte cheiro é percebido à noite e vem do fogo na vegetação de alagados no entorno do Mestre Álvaro, nas baixadas próximas aos bairros José de Anchieta II, Central Carapina, Carapina Grande e Jardim Tropical.

Além da população desses bairros da Serra, a fumaça vem atingindo os bairros da zona norte de Vitória, como Jardim Camburi, Mata da Praia, Goiabeiras, Jardim da Penha e Bairro República. Há relatos de que o odor de queimada esteja chegando até em Vila Velha.

Na última terça (17) houve uma mobilização nas redes sociais para tentar identificar a origem e pedir aos órgãos ambientais que resolvam a situação. O vereador de Vitória, Fabrício Gandini (PPS) postou que foi procurado por vários moradores relatando problemas de irritação nos olhos e na garganta.

Ele prometeu levar o caso às autoridades ambientais e ao Ministério Público nesta quinta (19).

Na sequência da postagem de Gandini internautas de vários bairros de Vitória e até de outras cidades relataram que vem sentido o cheiro de queimado há semanas. E o problema aparece à noite, quando o vento muda de direção e empurra a fumaça para as áreas habitadas.

Internauta registra fumaça dos incêndios na Serra vista de Vitória. Foto: Divulgação

“Estou sentindo essa fumaça diariamente aqui na minha casa na Mata da Praia. Sempre de madrugada.” relata Bruna Buaiz.

“Aqui em Santa Lucia começou por volta das 22h e até agora persiste esse cheiro insuportável de fumaça queimada acontecendo há aproximadamente três semanas”, conta Mari Couto.

“Tenho alergia, estou sem ar, não sei mais o que fazer já que não tenho aparelho de nebulização estou pensando em ir ao hospital! Muita dor de cabeça também.  Moro em Jardim da Penha, próximo ao píer de Iemanjá”, destaca Dessa Marangoni.

Só com chuva

Coordenador da Defesa Civil da Serra, João Carlos Chagas, esteve no local onde estão acontecendo as queimadas. Segundo ele este é um fenômeno natural e que é muito difícil de ser combatido.

“É a combustão espontânea da turfa, que é uma camada de matéria orgânica que fica no subsolo de áreas pantanosas. Como está muito seco, essa camada fica desidratada e entra em combustão. É um fogo que vem do subsolo, de baixo para cima e também atinge vegetação superficial”, explica.

Segundo João o combate é praticamente impossível. “Os focos ficam mais longe das estradas e não dá para o caminhão do Corpo de Bombeiros chegar até lá. Já o uso de abafadores não tem eficiência porque o fogo é no subsolo. Não há muito o que fazer. Tem que aguardar a chuva”, argumenta.

Aceiros

João Carlos disse que para os moradores das baixadas de Jardim Tropical, José de Anchieta II e Central Carapina cujas casas fiquem mais próximas dos alagados a recomendação é que façam aceiros em torno das residências. E que acionem o Corpo de Bombeiros caso as chamas se aproximem muito das casas. João acrescentou que a Defesa Civil do município está monitorando a situação.

Ana Paula Bonelli

Moradora da Serra, Ana Paula Bonelli é repórter do Tempo Novo há 25 anos. Atualmente, a jornalista escreve para diversas editorias do portal.

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