Divirta-se na Serra

Queimado terá cemitério restaurado e vai ganhar área com estrutura para visitantes

Por conta das obras, a Igreja de São José do Queimado, na Serra, ficará fechada para visitação. Crédito: Divulgação

A partir desta segunda-feira (26) as visitas às ruínas de São José do Queimado, na Serra, palco da maior revolta de escravos do ES, estarão suspensas. De acordo com a Prefeitura da cidade, o retorno do público ao sítio histórico acontecerá somente em 2023.

Isto porque as obras de Requalificação do Sítio Histórico e Arqueológico de Queimado vão começar no local e por este motivo a população não poderá ter acesso ao equipamento público.

Segundo a Prefeitura, a segunda etapa da revitalização do entorno da Igreja de São José do Queimado compreende a pavimentação da via de acesso interna, construção de estacionamento, urbanização com passeio/calçada interligando as edificações/espaços, drenagem de piso, iluminação, restauro do cemitério (recuperação de muro e portão) e construção de Edificação de Apoio para visitantes e funcionários com sala multiuso para suporte às ações de educação patrimonial e culturais.

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“As obras de restauração são realizadas pela Prefeitura da Serra por meio da Secretaria Municipal de Turismo, Cultura, Esporte e Lazer (Setur). As visitas estão suspensas a partir desta segunda-feira, dia 26 de setembro de 2022. As obras tem previsão de término no segundo semestre de 2023”, anunciou a Prefeitura.

A primeira etapa das obras foi entregue em 19 de março de 2020, onde foram restauradas as ruínas da Igreja, tornando-as um museu a céu aberto.

O cemitério do Queimado, na Serra também receberá intervenções: recuperação de muro e portão. Crédito: Divulgação

Sobre a Insurreição do Queimado

A Insurreição do Queimado, ocorreu em 19 de março de 1849, liderada por Chico Prego e Elisiário Rangel. Os escravos travaram uma sangrenta luta pela liberdade, que terminou com centenas de mortos. De acordo com alguns relatos históricos, o frei Gregório Maria de Bene havia prometido liberdade aos escravos, em troca da construção da Igreja de São José. A promessa não foi cumprida, o que gerou a revolta.

A Insurreição do Queimado se insere como uma das mais expressivas lutas do povo negro contra a escravidão no Brasil, juntamente com o emblemático Quilombo dos Palmares, em Alagoas, liderada pelo mítico Zumbi dos Palmares. A escravidão no país foi, formalmente, extinta só em 1888, pela chamada Lei Áurea, de autoria da princesa Isabel.

Igreja Reis Magos, em Nova Almeida, na Serra

A Igreja de Reis Magos, em Nova Almeida, na Serra, também estará passando por obras de reestruturação. E também terá as visitas suspensas até o término das obras, previsto para o segundo semestre de 2023.

As obras de restauração em ambos os espaços são realizadas pela Prefeitura da Serra por meio da Secretaria Municipal de Turismo, Cultura, Esporte e Lazer (Setur) e Secretaria de Obras (Seob).

A Igreja e Residência dos Reis Magos, em Nova Almeida, na Serra, patrimônio histórico nacional tombado desde 1943 passará pela quarta intervenção.

O projeto será viabilizado por meio do edital Resgatando a História, do BNDES, em parceria com a EDP e o Instituto Cultural Vale, e receberá apoio, também, da Biancogres.

Vidigal frisou que o primeiro restauro da igreja foi em 1940. “Quando fui prefeito em 2001 teve um restauro, depois a prefeitura fez um restauro em 2006. Agora é um restauro um pouco mais arrojado. De aproximadamente 10 milhões de investimento, um restauro grande. Inclusive vai ser climatizado o espaço”.

Disse ainda que numa próxima etapa haverá a construção de um elevador panorâmico e de um mirante. “Fortalece nosso sítio histórico religioso, e os circuitos jesuíticos para poder ser um grande atrativo pra que a gente possa fortalecer o turismo da região e o turismo do próprio Espírito Santo. O objetivo é fortalecer o circuito jesuítico do nosso estado”.

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A recuperação prevê a construção de um centro de interpretação e obras de restauro e conservação. Contará, ainda, com um trabalho criterioso que envolve estudos do patrimônio histórico, projetos de expografia e adequações necessários para o uso moderno dos monumentos, incluindo a acessibilidade.

Outra novidade será o Centro de Interpretação, planejado para dar ao monumento uma linguagem nova, mais interativa, permitirá ao público conhecer melhor a história da passagem dos jesuítas no Estado do Espírito Santo e dos aldeamentos do Brasil.

De acordo com a presidente do Instituto Modus Vivendi, Erika Kunkel Varejão, que será o responsável pelos trabalhos na Reis Magos, a prioridade é a preservação das características originais, em alinhamento aos rígidos padrões internacionais do restauro.

“Esse projeto, além de toda a beleza do monumento e de seu entorno, vai contar toda a história dos aldeamentos e da passagem dos jesuítas de forma interativa e envolvente, possibilitando aos visitantes outras condições de uso, inclusive com a construção de um café e de uma loja que assegurarão mais sustentabilidade econômica ao empreendimento”, comentou.

Ana Paula Bonelli

Moradora da Serra, Ana Paula Bonelli é repórter do Tempo Novo há 25 anos. Atualmente, a jornalista escreve para diversas editorias do portal.

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