Na política serrana muito se fala em terceira via.
Mas o que seria isso? Seria o surgimento de outros nomes para disputar a eleição contra os pré-candidatíssimos e virtualmente favoritos prefeito Audifax Barcelos (PSB) e ex-prefeito Sérgio Vidigal (PDT)?
Se for levado para esse lado, não terá apenas a terceira via, mas sim várias outras. Elas podem começar com o ex-líder comunitário e corretor de imóveis Gilson Mesquita, que nem partido tem ainda e se conseguir, faria uma campanha insólita e solitária, provavelmente com um ou dois candidatos a vereador.
Pode também ter a via criada pelo sindicalista Osvaldino Luiz Marinho, recém- filiado ao PRTB, conhecido por dar muito trabalho a quem está no poder, uma vez que ele é presidente do Sindicato dos Servidores da Serra. Osvaldino não pensa duas vezes para subir em cima de um trio elétrico e girar sua metralhadora contra o prefeito.
Do PT também deverá vir outra via, que pode ser o ex-deputado estadual Roberto Carlos, que também já foi vereador e concorreu ao cargo de governador, na eleição de outubro passado. Ou Givaldo Vieira, que tem uma folha extensa: já foi vereador, deputado estadual, vice-governador, secretário municipal na Serra e em Vitória e secretário estadual.
Outra via muito comentada é Vandinho Leite, que fica vacilando entre o PSDB e o PSD. Vandinho também tem uma lista considerada: foi vereador, deputado estadual por dois mandatos e secretário de estado de Esportes.
De prontidão, caso Audifax saia do PSB, está o deputado estadual Bruno Lamas, que o partido pode lançar mão e ser uma cunha entre o prefeito e o ex. Bruno também é dono de um vasto currículo: três mandatos de vereador e agora deputado estadual.
De quebra tem a presidenta da Câmara de Vereadores, a sem partido Neidia Maura, que flerta com PSD e aspira uma pré-candidatura.
Como pode ser notado, a eleição para prefeito da Serra no ano que vem não estará resumida ao atual e ao ex-prefeito; haverá outras vias à disposição do eleitor.
Entre nomes, projetos e falta de projetos
Mas a terceira via tão almejada pela população é de nomes ou de programa de governo? É de quem pode ganhar e manter esse sistema de governo ou é alguém com uma proposta nova de gestão?
Se Vidigal vier e vencer a eleição, tudo indica que será um repeteco das suas três primeiras gestões, não há sinais de que tenha se reciclado e se tornado mais arrojado e com uma nova visão administrativa, empreendedora e desenvolvimentista.
E se for Audifax o vitorioso, vai seguir o modelo de gestão que está aí ou vai buscar um novo ciclo de desenvolvimento econômico, com novas oportunidades de negócios, postos de trabalho e incremento da receita?
E o que esperar das outras vias que estão postulando o cargo de prefeito?
A impressão que dá é que Vandinho é carente de conhecimento de políticas públicas, não tem nada de novo a oferecer, seguiria o mesmo perfil de um híbrido religioso que marcaram e marcam as gestões de Vidigal e Audifax.
Vandinho, no entanto, oscila muito e causa insegurança nas forças políticas. Já passou pelos braços de Vidigal e de Audifax, a quem acusa da sua não eleição para deputado federal. Passou pelos braços de Hartung, Magno Malta e Casagrande, mas hoje está praticamente na mão. Frequentou o PR e PSB e atualmente busca de uma sigla que o abrigue.
Roberto Carlos e Givaldo têm hoje um grande problema que se chama PT. O desgaste do partido os jogam para baixo. Mas tanto um quanto outro, em suas passagens pelo âmbito estadual, não demonstrou muito esforço pela Serra e passou meio que despercebidos pela população.
Pela formação política, é provável que Roberto Carlos e Givaldo tenham melhores propostas que Vandinho, pois conhecem mais de políticas públicas e conseguiriam formar uma equipe mais eclética.
Quanto aos outros pré-candidatos, resta aguardar que eles se consolidem mais em suas pretensões e deem mostras de seus pensamentos sobre gestão pública.