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“Quero sair do discurso e colocar meu colete”, diz Porto, cotado para assumir vaga de Nylton

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Porto é visto como um militar linha dura e defende que a guarda da Serra seja mais repressiva.

Após o mercado político se surpreender com o pedido de exoneração do coronel Nylton Rodrigo do comando da secretária de Defesa Social, o vereador Cabo Porto (PSB) ascende nos bastidores para assumir a função. O parlamentar admite o interesse; entretanto, afasta um possível arranjo envolvendo o PSB: “Não tem dedo do partido; o que vale é meu histórico de 23 anos de polícia militar”. Já sobre os rebatimentos na eleição de 2020, decorrente de uma possível nomeação, o vereador reafirma que deve manter os planos de reeleição para a Câmara.

Porto é conhecido pela bandeira da segurança pública e, nos bastidores, é sabido que ele exerce liderança informal entre guardas municipais da Serra. Segundo informações de agentes, sob A condição de anonimato, um grupo já está articulando um movimento em favor do nome de Porto.

“Podemos dizer que 80% dos agentes estão favoráveis ao nome dele. Ele tem um estilo linha dura que os colegas gostam e acreditamos que ele pode brigar mais pela questão salarial e estrutura de trabalho”, disse um agente que não quis se identificar. Além disso, segundo informação da cúpula de Audifax, na tarde de ontem (20) teria ocorrido uma reunião com vereadores da base governista, e foi fechado questão sobre apoio do nome de Cabo Porto para a Sedes.

A reportagem do TEMPO NOVO conversou com Cabo Porto. Segundo ele, há um interesse em assumir a função, desde que ele possa montar sua “própria equipe”. “Fico feliz em ver meu nome cotado para uma função tão importante. Já recebi apoio de muitos parlamentares e isso me deixa contente. É importante frisar que, se isso acontecer, não terá o dedo do partido. O que vale é meu histórico de 23 anos de polícia militar. Com muito respeito eu digo isso. Mas eu respiro a área da segurança pública todos os dias nos últimos 23 anos”, disse Cabo Porto.

Segundo Porto, a guarda municipal precisa ser mais repressiva. “Quero sair do campo do discurso e colocar meu colete. Lógico, respeitando os que passaram. Mas gente fazendo discurso tem muito na Serra. Eu prefiro a ação, estudo muito e quero tocar muitos projetos e especialmente estar na rua”, declarou o vereador. Ele completou dizendo que, se for nomeado, os planos para reeleição na Câmara não devem mudar: “Em relação a 2020, deixo claro que minha ideia é a reeleição a vereador. Se for nomeado, é uma experiência nova que vou me dedicar muito, mas é uma coisa passageira”.

Porto tem um perfil chamativo. Recentemente, ele bateu continência na tribuna da Câmara para o governador carioca Wilson Witzel, que tem aplicado medidas políticas polêmicas, como o abatimento de indivíduos que portam fuzil. Porto chegou a chamá-lo de “bago roxo”. Caso for nomeado, o suplente de Porto é Fábio Latino, um líder comunitário da região de Taquara que é um nome simpático a Audifax.

Segundo informações do núcleo do prefeito, o primeiro na fila para assumir a vaga de Nylton era o delegado de homicídios da Serra, Rodrigo Sandi Mori. Até um convite teria sido feito ao delegado, que recusou a nomeação. Com a vacância, o nome de Porto passou a ser lembrado e tem sido encorpado nos bastidores desde então. Oficialmente, em nota, a Prefeitura disse que até o final da semana irá anunciar o próximo secretário.

Algumas leis polêmicas de autoria de Cabo Porto

O vereador é também autor de projetos polêmicos, entre eles o PL 190/2017, que obriga eventos e cinemas na Serra a dar entrada gratuita para profissionais de segurança, como policiais militares. Também tem o PL nº 33/2018, que estabelece cotas de 10% em moradias populares à venda em conjuntos habitacionais e loteamento público para policiais. Segundo ele, a medida visa “restabelecer a moral dos servidores”. Porto também é o responsável por um projeto que proíbe a realização dos chamados ‘bailes do mandela’.  Além disso, ele é um ferrenho defensor da implantação de um escola militar na Serra.

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