Enquanto a escola estadual segue funcionando em espaço improvisado, a obra de reforma está parada desde maio de 2014
por Conceição Nascimento / Gabriel Almeida
Estudando em um prédio de uma faculdade alugado ao custo mensal de R$ 75 mil em Jardim Limoeiro desde maio de 2012, os mais de 2 mil alunos da escola Aristóbulo Barbosa Leão (ABL) sofrem com as condições do local, que já consumiu pelo menos R$ 2,5 milhões do cofre público estadual.
Isso porque já são 34 meses fora do imóvel original do Aristóbulo, que fica em Laranjeiras e está em reforma. Só que a obra, que deveria ter sido entregue em julho do ano passado, não está pronta. Pior. Está parada desde maio do ano passado.
O custo da reforma é orçado em R$ 7,9 milhões. Só o aluguel do prédio de Jardim Limoeiro já consumiu 31% desse valor. Embora no imóvel alugado funcionasse uma faculdade, os estudantes dizem que o espaço não oferece as condições ideais para o Ensino Médio.
A aluna Alessandra Alves reclama da quantidade de escadas que tem que subir por dia. “Subo mais de 60 degraus seis vezes por dia. Isso cansa muito”. Ela também relata que a insegurança no local é muito grande, já que a região tem poucas residências e comércios. “Várias pessoas já foram assaltadas aqui na região, inclusive alunos. Sem contar o estupro de duas jovens no terreno baldio entre a escola e o Parque da Cidade”, aponta.
Esporte no improviso
Como não há quadra de esportes, os alunos se exercitam num galpão improvisado e muito quente, ao lado de carros estacionados e de um depósito de cadeiras velhas e enferrujadas. O relato é de uma professora da escola que não quis se identificar.
A diretora da escola, Vanusa Pétri, confirmou os problemas citados pela professora e pela aluna. E disse que a eles se acrescentam os riscos no trânsito – a escola fica no cruzamento entre as rodovias Norte x Sul e a ES 010, incluindo também a insuficiência de ônibus nos horários de entrada e saída de estudantes.
Sem prazo
A assessoria do Governo do Estado, responsável pela escola, justificou a paralisação da obra pelo fato da empreiteira Almar, que estava executando o serviço, não ter cumprido prazos. Disse que o contrato será rescindido e novo edital será lançado para contratar outra empreiteira. Mas não deu prazo de quando a obra será retomada.
Em agosto de 2014 o governo do ES informou que a Almar já tinha recebido R$ 5,4 milhões – 60% do valor da obra. Na ocasião, a assessoria do governo confirmou que o aluguel mensal da faculdade era R$ 75 mil.
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