A raiva canina é uma doença viral grave e potencialmente fatal, que afeta o sistema nervoso central dos cães e pode ser transmitida para os seres humanos. Embora a raiva tenha sido amplamente controlada em muitas partes do mundo devido à vacinação em massa de animais, ela continua a ser um problema de saúde pública em algumas regiões, especialmente em países em desenvolvimento. A doença é causada pelo vírus da raiva, que pertence ao gênero Lyssavirus, e tem como principal vetor os animais infectados, como cães, morcegos, raposas e outros mamíferos.
O ciclo de transmissão
A raiva é transmitida principalmente pela saliva dos animais infectados. A forma mais comum de contágio ocorre através da mordida de um animal infectado, que introduz o vírus diretamente na corrente sanguínea da vítima. O vírus pode ser transmitido também se houver contato com mucosas ou feridas abertas com a saliva do animal doente.
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Após a mordida, o vírus viaja através do sistema nervoso periférico até o cérebro, onde começa a se replicar. O tempo de incubação pode variar, mas geralmente leva de duas semanas a dois meses para que os sintomas se manifestem, dependendo de fatores como a localização da mordida e a quantidade de vírus transmitido.
Sintomas
Os sintomas da raiva canina são geralmente divididos em duas fases, sendo a progressão muito rápida uma característica dessa doença. Eles começam a se manifestar após o período de incubação e incluem:
Fase Excitatória (avançada):
Diagnóstico
O diagnóstico de raiva canina é realizado por meio de exames laboratoriais específicos. O exame mais comum é o teste de fluorescência indireta (IFA), que detecta o vírus em amostras de tecido cerebral. No entanto, a confirmação da doença só pode ser feita após a morte do animal, o que torna a raiva um grande desafio no manejo clínico. A suspeita de raiva geralmente é levantada com base no histórico de mordidas, comportamento agressivo do animal e sintomas típicos.
Tratamento
Não existe tratamento eficaz contra a raiva uma vez que os sintomas tenham se manifestado. A raiva é praticamente sempre fatal após o início dos sinais clínicos. Por essa razão, o foco está na prevenção, principalmente por meio da vacinação dos cães, que é a medida mais eficaz para proteger tanto os animais quanto os seres humanos da infecção.
Prevenção: a chave para o controle da doença
A melhor forma de prevenção da raiva canina é a vacinação. A vacina antirrábica é segura, eficaz e disponível em postos de saúde veterinária em todo o Brasil. A vacinação é obrigatória em muitos países e estados, com campanhas de imunização sendo realizadas periodicamente para garantir que a população de cães esteja protegida. Em geral, os cães devem ser vacinados a partir dos 3 meses de idade, com reforço anual ou bienal, dependendo das orientações locais.
Além da vacinação, outras medidas podem ser tomadas para reduzir o risco de transmissão da raiva:
Importância da conscientização
A raiva é uma doença zoonótica, o que significa que pode ser transmitida de animais para seres humanos. Para os humanos, o risco de infecção é maior em áreas onde a doença não está completamente controlada, e a transmissão ocorre principalmente por meio de mordidas de cães infectados. A raiva humana, se não tratada, também é fatal. Por isso, a vacinação de cães é fundamental não apenas para a saúde animal, mas também para a segurança das pessoas.
Conclusão
A raiva canina é uma doença mortal, mas totalmente evitável por meio da vacinação. Apesar dos avanços no controle, ela ainda representa um risco de saúde pública em algumas regiões do Brasil. A responsabilidade dos tutores na vacinação regular de seus cães, além de medidas de controle ambiental e cuidados com a exposição a animais errantes e silvestres, é essencial para erradicar essa doença.
A prevenção, mais uma vez, se mostra a melhor solução. Por meio da vacinação em massa e da conscientização, podemos proteger os cães e, consequentemente, a saúde humana contra a raiva, uma doença que, infelizmente, ainda causa sofrimento e perda de vidas.
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