Por Yuri Scardini
Em 11 de novembro devem acontecer as eleições internas do PSDB capixaba, que caminham para uma conflagração cada vez mais rivalizada. De um lado um grupo encabeçado pelo vice-governador César Colnago, que defende manter o partido na base do governador Paulo Hartung (PMDB). Do outro lado, o grupo do prefeito de Vila Velha, Max Filho, que segue por um rumo menos umbilical com Hartung.
As eleições tucanas expõe o racha interno do PSDB. Certamente o governador não vai deixar um partido de tal envergadura correr solto. Até porque, esta é a estratégia do governador: dominar os diretórios estaduais e encurralar seus adversários, em especial o ex-governador Renato Casagrande (PSB).
Hartung enraizou sua influência principalmente no PDT, no PT, no DEM e por fim, no PSDB de Colnago. Dessa forma, Hartung aperta Casagrande que, como primeiro secretário da nacional do PSB, tenta fechar alianças de cima para baixo.
O PSDB tem chances de caminhar com o PSB a nível nacional, isso porque, caso o governador paulista Geraldo Alckmin venha como candidato a presidente, o Governo de São Paulo, ficará nas mãos do PSB, com o vice Márcio França, por pelo menos 8 meses. E esta moeda de troca vem aproximando os partidos. Essa possibilidade assombra Hartung, já que se o PSDB entrar no palanque de Casagrande abre caminho para uma possível debandada, incluindo o PDT numa aglutinação de centro esquerda.
Dominar os diretórios locais é fundamental para o controle partidário, mas mesmo isso, nos tempos de hoje, não é mais garantia. A política nacional está radicalizada, e muitas alianças locais na contramão da nacional que aconteceram no passado não vão se reproduzir, o clima é de guerra em Brasília. Mas tratando de Hartung, sempre espera-se uma coelho saindo da cartola.