Por Clarice Poltronieri
Toda menina que enjoa da boneca é sinal de que… chegou a menstruação. E com ela vêm os desconfortos na vida de uma mulher, que se vira para conviver com esse “derrame” mensal. Mas com bom humor e o típico jeitinho brasileiro, elas “driblam” esses dias difíceis.
A adolescente Ludmila F. M., de Enseada de Jacaraípe, de 13 anos, teve a menarca (primeira menstruação) no ano passado. “Sinto cólica nos primeiros dias e tomo remédio. Sempre tenho um absorvente na bolsa. Uma vez na igreja um menininho falou que minha calça estava suja de tinta vermelha. Peguei uma blusa de minha irmã, amarrei na cintura e fui embora correndo”, conta.
Moradora de São Francisco, Ayala Porto de Liz, de 31 anos, menstruou aos 10 anos e sofre. “Na minha menarca, na Copa de 94, todos comemoravam e eu sofria de dor. Ainda sinto dor e pressão baixa. Tomo remédio dois dias antes dela, alternando a cada mês. Também sofro de Tensão Pré-Menstrual (TPM). Após o anticoncepcional, melhorou o fluxo e diminuiu a dor, mas ainda incomoda”, relata.
Lucinéia Ayres, 41 anos, também residente no bairro São Francisco, tem seus truques para diminuir o sofrimento nesses dias. “Meu fluxo é pequeno e nunca tomei anticoncepcional. Quando menstruo fico tonta e com sono, a atenção diminui. Já senti cólica e já sangrei por uma semana, mas depois melhorou. Principalmente depois que comecei a malhar e a tomar remédios fitoterápicos”, aponta.
Examinando
O ginecologista que atende no Hospital Metropolitano, Fernando Sérgio Martins, orienta o que fazer. “É essencial o exame físico para confirmar se os sintomas são só da menstruação. Excluídas outras possibilidades, podemos tratar a dor com analgésicos e anti-inflamatórios e a TPM com medicamentos. Mas também é possível suspender o fluxo com uso de anticoncepcional contínuo. Não faz mal nenhum”, esclarece.
Fernando diz que se deve evitar uso de medicação em adolescentes três anos após a menarca e próximo à menopausa. E reforça que tudo deve ser feito com acompanhamento médico.