Após a entrevista concedida pelo secretário de Estado Bruno Lamas (PSB), ao TEMPO NOVO, quando cobrou “compromisso” do prefeito Audifax Barcelos na eleição de 2020, a Rede se pronunciou sobre o tema. Em nota assinada por André Toscano, que é o porta-voz estadual e assessor de Audifax, o partido não confirma apoio a Bruno e ainda abre a possibilidade de “apresentar” um nome novo, desde que “possa sustentar o legado” do prefeito.
De acordo com Bruno, para derrotar o então candidato a prefeito Sérgio Vidigal (PDT) em 2016, teria sido fechado um acordo “republicano” entre a Rede e o PSB, de forma que os socialistas apoiariam Audifax na eleição de prefeito daquele ano; em contrapartida, a Rede faria uma composição com Bruno na cabeça de chapa para sucessão da Serra em 2020. “Seria, então, um apoio a quem foi apoiado (…) Casagrande (atual governador) foi testemunha ocular”, disse Bruno Lamas.
“Eu confesso que eu gosto do Audifax e confio nele. Temos uma sintonia muito bacana… Nos afastamos, não na relação humana, mas cada um tocando o seu trabalho; ele sofreu fortes influências do ex-governador [Paulo Hartung], que no meu ponto de vista jogou gasolina, mexeu no tabuleiro, falando em 2022… Sendo que nós estávamos no ano de 2018 e, depois, saiu para dar palestras pelo Brasil e deixou o prefeito quase que falando sozinho”, avaliou o deputado licenciado e atual secretário de Estado.
Bruno acredita que o momento não é de decisão; no entanto, é hora de “externar para os serranos que estivemos juntos e pretendemos ficar juntos”. Ele diz, também, que uma aliança entre PSB e Rede poderia alçar Audifax para linha de sucessão de Casagrande ou para o Senado. “Nós precisamos ouvi-lo, e eu estou aqui externando a minha vontade, pedindo o apoio dele, e agora vamos ouvir e ver os próximos passos do prefeito Audifax”.
Entretanto, em nota, a Rede não confirmou compromisso com Bruno e usou os termos “apresentar” um candidato ou “apoiar”. O que indica que Audifax trabalha com duas possibilidades: apresentar um nome ‘novo’ como candidatura própria, apadrinhando alguém vindo do seu núcleo de confiança; ou “apoiar” alguém. Ou seja, um nome já ‘construído politicamente’ e de fora da Rede.
“Pelas conquistas e resultados alcançados pela gestão do nosso prefeito Audifax Barcelos na Serra. Levando em consideração o que a Rede representa e defende enquanto partido político, nós vamos apresentar ou apoiar um candidato que possa sustentar o legado deixado pelo prefeito Audifax para dar sequência aos avanços do município. No tempo oportuno, esse debate será colocado pelo partido e pelo Prefeito”, afirmou o porta-voz estadual da Rede, André Toscano.
“PSB e Casagrande não tem compromisso com Vidigal”
Entre as possibilidades para 2020, estaria uma composição entre PSB e PDT na Serra, visto que ambos os partidos então unidos na esfera estadual por meio do deputado Sérgio Vidigal e do governador Renato Casagrande. Entretanto, Bruno diz que Vidigal “chegou no último dia” ao palanque de Casagrande em 2018 e afirma que o partido não tem compromisso com o PDT.
“Se Casagrande votasse na Serra, ele votaria em mim. Vidigal tem um capital político muito forte. Mas a verdade é que Vidigal chegou ao palanque de Casagrande aos 49 minutos do segundo tempo, no último dia. Chegou em cima da desistência da candidatura do então candidato à reeleição Paulo Hartung. E eu participei, inclusive, desse momento na sede do PSB; não há nenhum compromisso por parte do PSB regional e de Casagrande com a candidatura de Vidigal. Pode acontecer um diálogo, mas compromisso não há. Eu já ouvi isso do próprio governador”, disse Bruno na entrevista concedida ao TEMPO NOVO.
Jolhiomar não descarta disputar eleição se Audifax chamar
Jolhiomar Massariol é um dos nomes de confiança de Audifax e é cotado para ser candidato a prefeito ou um vice em potencial numa hipotética composição partidária. Atual secretário de Governo, ele tem perfil técnico, mas é discreto quando o assunto é política. No entanto, não descarta disputar a eleição de 2020 caso seja convocado para defender o legado de Audifax, de acordo com a entrevista publicada pelo TEMPO NOVO na semana passada.
“Eu, enquanto coordenador de Governo que cuida desta parte da gestão, posso falar das prioridades do governo, quais são os gargalos, o que podemos entregar. Agora, a parte política não passa por mim”, disse.
Perguntado se estaria disponível caso fosse convocado por Audifax para debater a sucessão, ele confirmou: “Para debater, digamos assim (…), mais á frente, a gente responde esse assunto. Ser candidato a alguma coisa envolve algumas variáveis. O tipo de vida que você quer, família, questão profissional. Lá na frente, vamos definir.