Direito e Cidadania

Reflexo da operação da PF contra empresários “bolsonaristas”

Após a divulgação das informações sobre a operação da Polícia Federal (PF) contra empresários “bolsonaristas” divulgado na última segunda-feira (29), constatou-se que o Ministério Público Federal (MPF) não pediu a diligência e só foi notificado depois da operação ter acontecido. Mais, a provocação inicial ao STF em sede de inquérito foi feita pelo senador Randolfe Rodrigues do partido Rede Sustentabilidade.

Baseando-se em uma reportagem do portal de notícias Metrópoles, em que supostamente empresários compartilharam, em grupo privado de wattsapp, comentários de conteúdo “golpista” caso Lula vença as eleições, o senador solicitou que o ministro Alexandre de Morais (presidente do inquérito) fizesse a tomada de depoimentos, o afastamento dos sigilos bancário e de mensagens, o bloqueio de contas e as prisões preventivas.

A PF, por sua vez, informou que não pediu a quebra dos sigilos fiscais e bancários, nem o congelamento das contas dos empresários. Segundo o delegado Fábio Alvarez, a PF só representou pelo “acesso imediato e exploração do conteúdo” armazenado nos celulares e em nuvem de dados.

Segundo o Advogado e professor de direito penal e processo penal Giovane de Morais, a provocação ao judiciário partir de um senador não encontra guarida no sistema acusatório brasileiro. Além disso, o fundamento das medidas cautelares ser exclusivamente baseada em notícia de jornal, sem aferição prévia por parte da polícia, inaugura novos paradigmas para o processo penal brasileiro.

A partir de agora, a permanecer o entendimento do ministro Alexandre de Morais, passa-se a admitir a titularidade (competência) de parlamentares para desempenharem funções que pela lei, são privativas do Ministério Público e/ou das autoridades policiais e, ainda, que os requisitos para medidas e diligências cautelares previstos no Código de Processo Penal (CPP), passam a ser mitigados, surgindo precedente para que reportagens sejam válidas como fundamento jurídico para a determinação de tais atos.


Nota: a opinião do Autor não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Tempo Novo.
Bruno Puppim

Bruno Puppim é advogado

Últimas postagens

Mulheres contam com Procuradoria na Câmara da Serra

A Câmara da Serra contará com uma Procuradoria da Mulher, instituída após aprovação do Projeto de Resolução 04/2025, já sancionado…

3 horas atrás

Weverson Meireles troca comando da Secretaria de Saúde da Serra

Fernanda Coimbra deixa a Secretaria de Saúde da Serra e vai para o comando da Assistência Social. Diogo Cosme assume…

3 horas atrás

Comunicado – 10/03/2025 – 3ª edição

publicidade legal - 10-03-2025 - 3ª ediçãoBaixar

4 horas atrás

Vereador alerta sobre a invasão biológica da Leucena na Serra e propõe o plantio de espécies nativas

Saulinho da Academia. Crédito: divulgação. Um projeto de lei apresentado pelo vereador Saulinho da Academia (PDT) propõe a remoção e…

5 horas atrás

Estado oferta novo concurso público com 1.026 vagas de nível médio e salários de R$ 5.358

O Estado oferta novo concurso público com 1.000 vagas de nível médio e salários de R$ 5.358. Crédito: Divulgação O…

5 horas atrás

Comunicado – 10/03/2025 – 2ª edição

publicidade legal - 10-03-2025 - 2ª ediçãoBaixar

5 horas atrás