O Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema) deve revelar, nesta sexta-feira (12), de onde veio o pó brilhante que caiu sobre o bairro Praia de Carapebus há duas semanas, bem como a punição aos responsáveis e as medidas de controle. A promessa foi feita na última quarta (10) pelo diretor do Iema, Alaimar Fiuza, durante apresentação do mais recente inventário sobre fontes de poluição do ar da Grande Vitória.
Segundo Alaimar, o órgão está preparando um relatório a partir de vistorias feitas no Complexo de Tubarão tanto na ArcelorMittal quanto na Vale, além de ter recolhido o pó para análise nas casas dos moradores de Carapebus. O bairro é vizinho ao complexo industrial e portuário das siderúrgicas, e já se sabe que a poeira veio de lá; resta determinar se da Vale, da Arcelor ou de ambas.
O caso da chuva de pó brilhante ganhou repercussão em todo o estado após a divulgação de vídeos da situação nas redes sociais. De acordo com o presidente da Associação de Moradores do bairro, Anderson Muniz, apesar de não ter sido notado algo tão radical quanto na noite entre os dias 16 e 17 de junho – quando dava para observar a poluição caindo -, o pó preto segue muito intenso na região.
“Se você ficar alguns minutos na rua, dá para sentir o pó de minério. No canto dos olhos, fica aquela remela escura. Mais do que uma reposta do Iema e das empresas, queremos ações concretas para reduzir essa sujeira”, cobra o líder comunitário.
Na última semana, outro morador do bairro fez um protesto bem humorado. Ele gravou um vídeo deitado no chão mostrando a quantidade de poluição a que estão sujeitos.
Em nota, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma) da Serra informou que fez vistorias conjuntas com o Iema tanto nos bairros quanto na área da ArcelorMittal (a Vale já fica no território de Vitória). Disse, ainda, que irá se manifestar e que deve divulgar parecer sobre a situação nesta sexta (12).
As empresas
À imprensa capixaba, a Arcelor disse que está fazendo investigação interna para ver se houve alguma inconformidade que tenha gerado a emissão do pó mais brilhante apontado pelos moradores. Já a Vale disse que suas operações estão dentro da normalidade e negou que seja responsável pelo pó brilhante que caiu sobre Carapebus. Ambas as siderúrgicas disseram que estão investindo para reduzir a poluição que geram.