Bruno Lyra
O corte raso da restinga de Jacaraípe feito pela Prefeitura da Serra com autorização do Governo do Estado virou alvo de polêmica. Não era para menos. A restinga é considerada por lei federal como Área de Preservação Permanente (APP), ajuda a conter a erosão do mar, evita o deslocamento de dunas, impede o arraste da areia da praia em direção à orla, ruas e residências próximas, além de servir de habitat para fauna nativa, incluindo espécies ameaçadas de extinção.
Amplificou a controvérsia o fato da área devastada ter sido fruto de uma recuperação ambiental tocada por surfistas e entidades ambientalistas da região desde o início da década de 2000. Trabalho feito inclusive, sob orientação técnica da própria Prefeitura e, por diversas oportunidades, aplicado como compensação ambiental de obras da Cesan e até do aeroporto de Vitória. Iniciativas semelhantes também aconteceram em outras orlas do município.
O argumento para o corte, que foi considerado uma “poda” pela Prefeitura, procede: a insegurança. Com o crescimento da vegetação perdeu-se a visibilidade da areia, além das moitas altas terem formado esconderijos para pessoas mal intencionadas. Isso numa praia urbana não é bom negócio, ainda mais numa orla que até o início da década de 1990 era um dos principais destinos turísticos do ES, posto que perdeu por conta da violência. Problema que, é bom ressaltar, não tem a ver com a restinga, mas com o modelo de desenvolvimento implantado na Serra associado a outras mazelas históricas do país, como a desigualdade social e a impunidade.
Mas nesse contexto ter a vegetação muito alta não ajuda a recuperar a vocação turística. Por isto o manejo é necessário. Uma coisa é restinga dentro de parques e reservas, outra coisa é em praias urbanizadas, caso de Jacaraípe. Aí é preciso manejo.
No caso da ação feita pela prefeitura houve um exagero. Não precisava cortar tão rente. O ideal seria um projeto de jardinagem. E deveria ter sido feito com pleno diálogo com os ativistas locais, que tanto trabalharam pela recuperação e por isso, conhecem bem o ambiente. Além de reclamarem da falta de diálogo, esses ativistas denunciam que não houve remanejo dos animais silvestres que habitavam o local. Além do fato de terem sido cortadas muitas plantas nativas. Da maneira como foi feito, o corte escancara desqualificação da gestão ambiental.
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