Os sinais emitidos pelo presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), ao longo da campanha, de que pode haver restrição na relação com a China, pode ser motivo de preocupação para Espírito Santo e consequentemente na Serra. Isso porque a China é um dos principais parceiros do comércio exterior capixaba.
De acordo com o Sindicato do Comércio Exportação e Importação do Espírito Santo (Sindiex), em 2018 as exportações capixabas com o gigante asiático cresceram 12% e as importações 23% de janeiro a setembro em comparação ao mesmo período de 2017.
Do total de exportações capixabas neste período, 5,22% foram para a China, um total de US$ 317 mi em negócios. Já as importações dos asiáticos equivalem a 20,2% de todos os produtos que vêm para o estado, na ordem de US$ 761 mi em negócios.
No Brasil, a representatividade do comércio exterior com a China é ainda maior. De acordo com dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, de janeiro a setembro deste ano, a China ficou em primeiro tanto nas exportações quanto nas importações com o Brasil.
Foram negociados US$ 47,2 bi com os chineses, o equivalente a 26,3% do total de exportações. Já as importações corresponderam a 19,8% do total, um volume em negócios de US$ 20,7 bi. Em comparação ao ano de 2017, as exportações com os chineses cresceram 23,79% e as importações 34,52%.
Questionados se tais especulações podem afetar o comércio exterior no Estado, os representantes das instituições preferiram não se antecipar com respostas.
O secretário de Desenvolvimento Econômico da Serra, Paulo Menegueli, diz que é cedo para avaliar a situação. “É muito cedo para fazer qualquer especulação. É necessário aguardar. O momento é de expectativa e torcida, pois, independentemente, de posição partidária, esperamos que as ações do futuro presidente sejam sábias e elevem a competitividade do Brasil”.
O presidente da Findes e vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Leonardo de Castro, pondera.
“É preciso segurança jurídica para atrair investimentos privados, desburocratizar a máquina pública e colocar o foco em produtividade e inovação, para estimular a economia e ampliar a competitividade da indústria. A decisão das urnas traz otimismo para o setor produtivo”, opina.