Anunciado para dezembro, o retorno da Samarco (Vale + BHP) será positivo para a economia da Serra. A avaliação é do presidente da Associação dos Empresários da Serra (Ases), Cícero Moro.
Segundo Cícero, a mineradora localizada em Anchieta, no sul do ES, deve ativar negócios com empresas dos setores de metalmecânica e siderurgia instaladas na Serra. “É claro que não dá para esperar que esses negócios sejam no mesmo volume do que há cinco anos, até pela crise econômica que vem ocorrendo desde então”, pondera.
O presidente da Ases destaca também que estava prevista para esta semana um encontro virtual, promovido por movimentos empresariais capixabas e junto com a ES Em Ação, com a direção da Samarco. No encontro a mineradora ficaria de detalhar o planejamento do retorno de suas operações, além também de ser oportunidade para a empresa apresentar suas demandas junto a negócios locais.
“O retorno da Samarco é a melhor notícia que poderíamos ter para e economia este ano, pois a mineradora representava parcela expressiva do PIB do ES (cerca de 6%). E essa volta não é boa só pela geração de negócios com outras empresas, mas principalmente pelas novas contratações de mão de obra que vai gerar”, observa Cícero.
Mesmo localizada a cerca de 100 km da Serra, em Anchieta, litoral sul capixaba, a Samarco movimentava a cadeia produtiva serrana até sua paralisação após o rompimento da barragem em Mariana – MG ocorrido em novembro de 2015.
Avaliação feita pela Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) em abril de 2016, apontava que só com empresas instaladas na Serra a Samarco movimentava cerca de R$ 300 milhões em negócios anuais. Na ocasião a entidade estimava que só a Prefeitura da Serra perderia R$ 15 milhões em arrecadação com a interrupção nos negócios. A Findes estimou também que a paralisação da mineradora pode ter fechado 350 postos na trabalho na cidade.
Dentre as empresas afetadas na Serra, estão a transportadora Martins e a importadora de máquinas e equipamentos industriais Ecotrading.
Vale lembrar a Samarco voltar com produção reduzida. Em live realizada no último dia 09 de julho, o gerente-geral de operações da empresa, Sérgio Mileipe, anunciou o que será feito o religamento de um dos auto fornos da empresa em novembro. Por isso, neste primeiro momento, a produção ficará em torno de 26% da capacidade total da planta.