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Rio Doce e Atlântico podem receber mais lama da Vale

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Trecho do rio Doce mudou de cor ao receber lama de rejeito em novembro de 2015. Foto: Fred Loureiro/Secom

Uma nova onda de lama tóxica da Vale pode atingir o rio Doce e o oceano Atlântico, incluindo o litoral da Serra, com seus 23 km de extensão. É que no último dia 23 soou, pela segunda vez no ano, o alarme do risco de rompimento da barragem de Congo Soco, em Barão de Cocais (MG), onde ficam as cabeceiras do rio Doce.

A barragem em questão tem capacidade para 9,4 milhões de m3 de rejeitos, pouco menos de 25% do volume de Fundão, Mariana (MG), cujo rompimento em novembro de 2015 contaminou a bacia do rio Doce e o oceano Atlântico. Essa barragem pertence à Samarco, empresa controlada pela Vale e por outra gigante da mineração, a BHP. 

Professor do Departamento de Oceanografia e Ecologia da UFES e membro da Rede Rio Doce Mar, Gilberto Barroso disse que um novo aporte de lama vai gerar impacto agudo em um ecossistema muito prejudicado e em processo de recuperação. “Será mais um aporte de metais que, invariavelmente, vai chegar ao mar”, aponta.

Gilberto destaca também que, por estar a cerca de 60 km ao sul da foz do rio Doce, o litoral da Serra pode receber a carga de rejeitos, ainda que diluídos, a ponto de serem pouco ou nada perceptíveis a olho nu.

O pesquisador lembra que até hoje não há dimensão exata do impacto da lama de Mariana, uma vez que, passada a fase aguda do desastre, tem o problema crônico de novos aportes de rejeitos a cada temporada chuvosa.

“Houve um lapso de pesquisa entre a época da ocorrência, em novembro de 2015, e outubro de 2018, quando a Rede Rio Doce Mar passou a fazer coletas e análises sistemáticas nos ambientes e organismos expostos à lama. Mas em coletas na época em que os rejeitos de minério chegaram foi notado aumento de metais pesados no rio, em lagoas estuarinas ligadas a ele e no mar próximo à foz”, explica.

Para Gilberto, apesar de as companhias de saneamento apontarem o contrário, ainda não dá para afirmar que há segurança em consumir água do rio Doce tratada por métodos convencionais. Estudos preliminares apontam para contaminação por metais pesados de peixes e mariscos do rio, e também do mar, principalmente perto da foz do Doce.

Confira o posicionamento da Vale e da Samarco, esta última por meio da Fundação Renova:

Vale

Em nota, a Vale informa que, em caso de rompimento, os rejeitos podem chegar ao Rio São João, afluente do Rio Conceição. Caso isso ocorra, a captação de água passará a ser feita no rio Castro, como prevê o planejamento da prefeitura e a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa).

A empresa acrescenta que continua adotando uma série de medidas preventivas para aumentar a condição de segurança de suas barragens. A Sul Superior (a de Barão de Cocais, citada na matéria) é uma das barragens a montante inativas remanescentes da Vale e que fará parte do plano de descomissionamento/descaracterização anunciado pela empresa.

Samarco

A Fundação Renova formalizou um Acordo de Cooperação, no valor de R$ 120 milhões, com a Fundação Espírito-Santense de Tecnologia (Fest) e a Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) para ajudar a mensurar os impactos do rompimento da barragem de Fundão na biodiversidade aquática e indicar eventuais medidas reparatórias.

Formada por pesquisadores de 24 instituições de todo o país, a Rede Rio Doce Mar monitora, desde setembro, a biodiversidade de 200 pontos ao longo de toda a porção capixaba do rio Doce e na região estuarina, costeira e marinha, que compreende o entorno da foz do rio e da área que vai de Guarapari até a cidade de Porto Seguro, na Bahia.

Estão sendo estudados de bactérias a baleias, além da qualidade da água, sedimentos, condições de marés e ondas, manguezais e restingas. Todos os resultados serão avaliados pela equipe da Câmara Técnica de Conservação e Biodiversidade (CTBio) e apresentados ao Comitê Interfederativo (CIF).

Além disso, hoje, o rio Doce é o mais monitorado do Brasil. Por meio do Programa de Monitoramento Quali-Quantitativo Sistemático (PMQQS), 80 parâmetros físicos, químicos e biológicos são monitorados em 92 pontos, sendo 22 deles realizados por estações automáticas.

Das 22 estações automáticas que fazem análises em tempo real de Minas Gerais ao Espírito Santo, cinco ficam em território capixaba: uma em Baixo Guandu, duas em Colatina e duas em Linhares.

Desde o primeiro semestre de 2017, os níveis de metais como ferro, manganês e alumínio no rio Doce têm se mantido dentro dos parâmetros de normalidade, em valores semelhantes aos encontrados antes do rompimento da barragem. Por meio do site, é possível acompanhar o boletim semanal de qualidade da água: https://www.fundacaorenova.org/arquivos-e-relatorios/

A atuação da Fundação Renova é limitada pelo Termo de Transação e Ajustamento de Conduta (TTAC), assinado em 2 de março de 2016 e que prevê ações de reparação, mitigação, compensação e indenização dos danos socioeconômicos e socioambientais decorrentes do rompimento da barragem de Fundão.

 

 

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