Ayanne Karoline
Além de precisar lidar com o baixo movimento, devido à crise financeira vivida no país, os pescadores de Nova Almeida têm mais um problema para se preocupar: os riscos na hora de levar o barco para o mar. É que há muitos bancos de areia próximo à foz do rio Reis Magos.
O problema é antigo e tem prejudicado cerca de 60 pescadores locais, que dependem da atividade. Um deles é Daniel da Silva Santos, que pesca há 35 anos. Ele diz que além da perda de tempo, já que eles precisam esperar a maré subir para sair com o barco, há ainda o risco de bater a embarcação. “Eu já quebrei um barco por causa de um banco de areia. Está complicada a situação”, diz.
Outro pescador, Elber Santos, destaca que uma draga chegou a ser instalada no local, mas foi retirada pouco tempo depois. “Tinha melhorado muito, mas depois que tiraram o aparelho, voltaram as dificuldades”, afirma.
A Secretaria de Meio Ambiente da Serra informou, através da assessoria de imprensa, que vem buscando, junto com o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) e o Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema,) agilizar a autorização para a dragagem do rio.
Porém, o Iema informou, também via assessoria, que não consta no órgão requerimento para dragagem ou desassoreamento da foz do Rio Reis Magos.
Captação de água
Outro fator que preocupa os pescadores de Nova Almeida é o anúncio de que as águas do Reis Magos serão usadas para reforçar o abastecimento da Serra. A dúvida é se a redução do volume de água na foz possa dificultar ainda mais a saída e entrada dos barcos.
Mas, segundo a Secretaria de Estado de Agricultura, Aquicultura, Abastecimento e Pesca (Seag), isso não deve acontecer. Por meio da Gerência de Produção Animal, o órgão informou que não haverá prejuízos para a pesca porque todo o trabalho de recuperação da bacia será feito a montante de onde possa ocorrer a captação de água no futuro.
“Intervenções deverão ocorrer para aumentar a vazão e movimento dos bancos de areia para o mar, como proteção de nascente, construção de represa e regulação de bacia”, destacou o Gerente de Agropecuária, Aquicultura e Pesca da Seag, Pedro Carlos Cani.
Com uma vazão média de 12,5 mil litros por segundo, o rio receberá uma estação de tratamento de água com capacidade para tratar 500 litros por segundo na área de Putiri, região rural da Serra. As informações são da Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh).