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“Rochas ornamentais geram 10% do PIB do Espírito Santo”

Tales ressalta que a Serra conta com boa estrutura logística e concentra o maior número de beneficiadoras do Estado. Foto: Divulgação

Por Bruno Lyra

À frente do Sindirochas desde agosto do ano passado, Tales Pena Machado é empresário do ramo de rochas ornamentais há mais de 25 anos. Ele revela o que espera da maior feira do setor na América Latina, que acontece semana que vem em Carapina. E fala sobre os gargalos e potenciais do setor, que tem no município da Serra o principal exportador do país de mármore e granito.

Quantas pessoas devem passar pela feira e quantos expositores, entre produtores de rochas ornamentais, fornecedores de máquinas, equipamentos e serviços para o setor? 

São 420 expositores previstos, sendo 300 nacionais (60% pedras, 30% máquinas, 10% serviços). Além do ES, outros importantes estados produtores estarão presentes na feira, como Minas Gerais, Paraíba, Ceará e Rio de Janeiro.  Dos 120 expositores internacionais (65% máquinas – 35% pedras), estão Turquia, China e Portugal, além de empresas da Itália, Espanha, França, Grécia, Índia, Coréia do Sul, Rússia, Polônia e EUA.  De visitantes esperados, 24 mil são brasileiros sendo 11,5 mil capixabas e 10 mil de outros estados. Tem ainda os 2,5 mil estrangeiros, com destaque para Estados Unidos, Itália, Canadá, México, Colômbia e Argentina.

 Por que a Serra é o local escolhido para a realização do evento?

A Região Metropolitana de Vitória é importante, pois reúne indústrias de rochas, depósitos comerciais e boa logística para escoamento dos produtos. A Serra, além de sua excelente localização, é a cidade capixaba que concentra o maior número de marmorarias e o município que mais exporta rochas.

Em 2008 o setor de rochas ornamentais do ES sofreu com a crise imobiliária dos EUA. Mas agora é um dos que menos tem sido afetado pela crise brasileira…

Muitos empresários aproveitaram a valorização do preço do dólar e apostaram nas exportações, que fecharam o ano em alta. Apesar do fechamento insatisfatório do mercado interno em 2015, as exportações cresceram. Os Estados Unidos continuam sendo o grande comprador dos granitos brasileiros, principalmente dos exóticos; seguidos pelo Canadá e México. Do total exportado em 2015 (US$ 980 milhões), US$ 808,5 milhões foram vendidos para esses três países. Além disso, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), os mármores polidos de empresas do Espírito Santo registraram um crescimento nas vendas para o exterior de 45,04% em 2015, se comparado com 2014, e ganham espaço em residências e projetos comerciais nos Estados Unidos, no Canadá, na Itália, na Espanha e no Reino Unido.

Como a indústria vem aproveitando esse bom momento para se aprimorar?

Com mais empresas no mercado internacional, a concorrência também aumentou. O processo industrial está em fase de renovação, inovação e de reengenharias. As empresas do setor estão modernizando seu modelo de produção, agregando sustentabilidade, analisando e encontrando novas soluções na operação logística e conhecendo melhor nossos atuais e futuros clientes.

Quais são os principais destinos das rochas produzidas no ES?

No mercado internacional, Estados Unidos, China, Canadá, Itália, Espanha e Reino Unido são os principais países que compram produtos capixabas. No Brasil, todos os estados são compradores dos nossos produtos.

 Quantas empresas, entre extração e beneficiamento, existem no ES? Qual fatia do PIB estadual isso gera e quantos empregos gerados?

A produção do setor de rochas ornamentais no Estado corresponde a 10% do PIB capixaba e gera cerca de 22 mil empregos diretos. São cerca de 1.700 empresas ativas que desenvolvem atividades diversas considerando a cadeia produtiva que vai desde a mineração, indústria de transformação e beneficiamento, as marmorarias e as especificamente comerciais. E estão presentes em todos os municípios do ES.

Quantas beneficiadoras há na Serra, quantos empregos geram e qual a estimativa da participação no PIB do município?

A Serra, além de sua excelente localização, é a cidade capixaba que concentra o maior número de marmorarias e o município que mais exporta rochas. O município conta hoje com cerca de 200 empresas do setor ornamental.

Como a escassez de água afeta a indústria? Quais são as soluções em andamento ou, pelo menos, em perspectiva?

A crise hídrica vem atingindo o setor de forma moderada. O segmento de rochas sempre trabalhou utilizando ferramentas e tecnologias que permitem uma grande reutilização da água no processo de beneficiamento das rochas. A partir do uso tecnologias como decantador vertical, tanque de decantação, leito de secagem e filtro prensa, além ainda do aproveitamento de água das chuvas, numa demonstração que as empresas vêm promovendo investimentos de forma responsável, desenvolvendo uma atividade sustentável.

O que precisa melhorar nos portos e rodovias capixabas para dar mais competitividade ao setor?

Nos últimos anos, não houveram investimentos necessários na infraestrutura portuária no Estado. Atualmente, considerável volume de contêineres está sendo exportado pelo Rio de Janeiro, reduzindo em muito o prazo de entrega dos produtos aos clientes de outros países, em comparação à exportação realizada pelos portos do Espírito Santo. Como consequência, viemos perdendo competitividade e deixamos de ser rota para os grandes navios, principalmente aqueles que transportam contêineres. Acreditamos que com a implantação do conceito de Plataforma Logística, poderemos resolver as dificuldades dos nossos modais. Além disso, a carteira dos projetos estruturantes que o atual Governo do Estado informou, vai oferecer grandes evoluções para solucionar nossos gargalos.

Gabriel Almeida

Jornalista do Tempo Novo há mais de oito anos, Gabriel Almeida escreve para diversas editorias do jornal. Além disso, assina duas importantes colunas: o Serra Empregos, destinado a divulgação de oportunidades; e o Pronto, Flagrei, que mostra o cotidiano da Serra através das lentes do morador.

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