Por Gabriel Almeida
“Já ficamos vários dias seguidos sem água. A situação é crítica até para cozinhar”. Estas são palavras de Marluce Baltazar, que denuncia que no bairro onde mora, Belvedere está sendo feito rodízio de água.
Segundo ela, uma equipe da Companhia Espírito Santense de Saneamento (Cesan) vai no bairro pela manhã para ligar o abastecimento de água e desligar antes das 12h.
O bairro que fica na região da Serra-sede sofre diariamente com a situação precária no abastecimento. Moradores dizem ainda que a água liberada pela concessionária não consegue atender todas as casas da comunidade e deixa os residentes sem água até para a higiene pessoal.
Edemira de Freitas, que também mora no bairro, confirma a falta de água e ainda afirma que não existe rede de esgoto na comunidade. “Além da falta de água que parece mais um racionamento ainda não temos uma rede para atender todo esgoto do bairro”, explica.
Outro moradora, Ledira da Costa, frisa que a situação piora no final de semana. “Nos dias que mais ficamos em casa e precisamos de mais água não temos”, afirma.
Cesan culpa a seca
A reportagem entrou em contato com a Cesan que disse que devido à baixa oferta de água para ser captada e distribuída, a Companhia realiza manobras operacionais para direcionar a água para as regiões altas em alguns momentos do dia e para as regiões baixas noutros momentos, a fim de distribuir o volume disponível.
A Cesan ainda disse que na próxima segunda-feira (18), serão iniciadas as obras de setorização e ampliação do sistema de abastecimento de toda a região de Serra Sede, iniciando pelo bairro Belvedere.
Sobre os horários que a água é ligada e desligada, a Cesan não se pronunciou. Também sobre os quatros dias sem água que os moradores denunciaram a empresa nada disse.
Já sobre a rede de esgoto, a Cesan informou que não há previsão para implantação da rede de esgoto no Bairro Belvedere.
Falta pavimentação, creche e praça
Se não bastasse a falta de água no bairro, moradores ainda tem que conviver com falta de pavimentação, área de lazer, unidade de saúde, creche e a falta de uma escola para alunos a partir da quarta série.
Marluce Baltazar, diz que falta de tudo um pouco. “Minha rua não tem pavimentação e quando chove é lama pura. Já quando o tempo está quente a poeira toma conta das casas”, explica a popular.
Ela ainda reclama da falta de uma unidade de saúde no bairro. “Sofremos muito para conseguir atendimento médico, pois temos que sair daqui para sermos atendidos”, reclama.
Já Ledira da Costa, se queixa da falta de uma área de lazer para levar as crianças. “Não temos sequer um local para passar o tempo e levar nossos filhos para brincar”, afirma.
Ledira ainda disse que os alunos tem que ir longe para estudar. “Além de não termos uma creche para nossos filhos, a escola daqui só atende alunos até a quarta série”, explica.
Sem prazo
Sobre a falta de pavimentação de ruas na comunidade, o Coordenador de Governo da Prefeitura da Serra, Jolhiomar Massariol, disse que vai ser elaborado um projeto, mas não deu prazo.
Sobre a falta de unidade de saúde, Jolhiomar disse que o bairro é atendido pela unidade de saúde itinerante e por esse motivo não existe projeto para construção de um posto de saúde.
Já sobre a área de lazer, o coordenador disse que a comunidade pode reivindicar no Orçamento Participativo.
Sobre a falta de um Cmei, Jolhiomar, disse que não há demanda suficiente no bairro para a construção de uma creche mas as crianças podem ser atendidas em outros bairros.
Por último, o coordenador disse que os alunos a partir do sexto ano são transportados para uma escola de Colina da Serra.