A greve dos rodoviários que complicou o início da semana dos capixabas chegou ao fim. Isso porque em uma assembleia realizada na tarde desta terça-feira (13), a categoria decidiu acabar com a paralisação que era contra a implantação dos novos ônibus do Transcol sem ar-condicionado. As propostas apresentadas pelo Governo do Estado foram analisadas e aprovadas pelos grevistas.
Durante uma audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), os representantes do Sindirodoviários analisaram as propostas do Governo do Estado para tentar chegar a um acordo e finalizar a paralisação. Após isso, o sindicato apresentou as medidas prometidas pelo Estado para os trabalhadores em uma assembleia realizada na Praça Oito, em Vitória.
No final da assembleia, o presidente do Sindirodoviários, José Carlos Salles, garantiu que 100% da frota dos coletivos voltarão a circular normalmente ainda no final da tarde desta terça. A greve acontece desde a madrugada da última segunda-feira (12) e deixou aproximadamente 500 mil capixabas sem transporte público durante o dia de ontem (12). Nesta terça, o sindicato afirmou que 75% dos coletivos estavam em circulação, mas muitos passageiros reclamaram da falta de ônibus em algumas comunidades da Serra.
As propostas apresentadas pelo Governo do Estado e aprovadas na assembleia foram:
1 – Os cobradores atuarão durante 60 dias como auxiliares de bilhetagem, tirando dúvidas, para assistir idosos, deficientes físicos, gestantes e crianças.
2 – Serão oportunizados no mínimo 3 cursos de requalificação voltados ao aprimoramento dos cobradores, dentro de atividades do próprio sistema e, para que o cobrador que desejar ser motorista, o curso será fornecido até que atinja o nível profissional, e para o ex-cobrador que desejar que seja fornecidas outras funções como mecânico, eletricista e auxiliar administrativo
3 – Criação de um grupo de trabalho de acompanhamento e gestão deste programa, com representantes da Secretaria de Mobilidade e Infraestrutura da Companhia Estadual de Transporte de Passageiro (CETURB-ES); do Sindrodoviário e do GVbus;
4 – Que seja reconhecida a garantia provisória no emprego de vinte meses a contar da data que o cobrador se afastar nas seguintes proporções e quantidades assim escalonadas: 200 cobradores em 2019, 300 em 2020, 300 em 2021, 300 em 2022. Destaca-se tal escalonamento contará com a função 1.100 cobradores em possibilidade de extinção. O sindicato patronal assume o compromisso de, durante o curso de qualificação profissional, não utilizar o trabalhador na função de cobrador, ou seja, compromete-se a colocá-lo a exercer outras funções dentro do sistema.
5 – As empresas terão prazo de 60 dias para apresentar um plano de demissão voluntária para os cobradores que não desejarem continuar atuando no sistema.
Greve foi por conta da implantação dos ônibus sem ar-condicionado
A ameaça de greve já tinha sido anunciada na terça-feira (6) passada, mas o sindicato não tinha definido um dia para a greve acontecer. O motivo da manifestação é a implantação dos novos ônibus do Transcol que terão ar-condicionado, mas não haverá cabine para os cobradores.
Apesar do Governo do Estado afirmar que não haverá nenhuma demissão por conta dos novos coletivos, o Sindirodoviários diz que serão quatro mil postos de trabalho eliminados com a mudança.
Na tarde da última sexta-feira (9), através do seu perfil oficial do Facebook, o Sindirodoviários publicou um comunicado informando sobre a greve. “Sem cobrador não roda. Vamos parar tudo”, afirma os rodoviários na imagem publicada.
Em junho, o Governo do Estado anunciou os novos ônibus com ar-condicionado e sem a cabine dos cobradores, até o momento, foram entregues 20 destes novos veículos, mas nenhum deles está em circulação. Nesta sexta-feira (9), o Estado anunciou que os coletivos iriam começar a circular na segunda-feira (12), o que não aconteceu por causa da paralisação.
Ainda em junho, após a entrega dos ônibus, o Sindirodoviários já tinha prometido uma greve contra a mudança. Vale destacar que o Sindirodoviários fez três manifestações em junho, mas a circulação dos coletivos não foi prejudicada. Os protestos foram realizados na Avenida Vitória, na capital capixaba.