A semana começou com grandes dificuldades para quem depende do transporte público nas cidades da Grande Vitória, inclusive na Serra. Acontece que o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado do Espírito Santo (Sindirodoviários) está impedindo a saída de ônibus do Sistema Transcol das garagens das empresas. O movimento, que causa a paralisação da circulação dos coletivos, pede que os os cobradores – que estão afastados desde maio de 2020 – voltem ao trabalho.
Na Serra, há relatos de muitos moradores que não conseguem embarcar em ônibus nos bairros. O TEMPO NOVO apurou que um dos locais de manifestação é a garagem da empresa Unimar, em Laranjeiras Velha. Por lá, cobradores e sindicalistas não estão deixando os ônibus saírem.
Ainda não há previsão para fim do movimento, que começou às 4 horas da manhã desta segunda-feira (4).
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Conforme já havia sido informado pelo TEMPO NOVO na semana passada, de acordo com um comunicado divulgado pelo presidente do Sindirodoviários, Marcos Alexandre da Silva, o retorno dos cobradores é “algo inegociável” com o sindicato. O presidente ainda havia alertado que o Sindirodoviários não iria rodar nenhum veículo sem a presença dos cobradores nas roletas.
Em conversa com a reportagem, o ex-presidente e atual secretário do Sindirodoviários, José Carlos Salles, informou que o movimento não se trata de uma greve, mas que há impedimento da saída dos ônibus das garagens das empresas. Segundo o sindicalista, a reivindicação é para que os cobradores voltem a atuar nos ônibus do Transcol.
“Não é greve. Só vamos orientar o trabalhador para que ocupe os seu postos de trabalho já que o empregador vai está pagando o salário. Eles não voltaram e está tendo paralisação dos ônibus que possuem roletas. Os demais saem normal das garagens”, disse o secretário.
O afastamento desses profissionais ocorreu no dia 17 de maio deste ano, com base no Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda, do Ministério da Economia. O governo federal paga um benefício aos trabalhadores para que eles não fiquem sem renda durante a interrupção dos contratos.
Na ocasião, o Estado havia decidido suspender o contrato de trabalho por apenas dois meses, mas o retorno dos profissionais já foi adiado por três vezes. Até janeiro, os cobradores ficarão afastados, no total, por oito meses.
Vale destacar que, desde maio, os coletivos deixaram de aceitar dinheiro em espécie como forma de pagamento. O motivo é o risco de contaminação da Covid-19, já que as cédulas podem servir como vetor da doença.
A reportagem acionou o Sindicato das Empresas de Transporte Metropolitano da Grande Vitória (GVBus) para saber qual a posição das empresas sobre a possível paralisação. Por meio de nota, o sindicato disse que os cobradores ficarão em licença remunerada recebendo seus salários integrais, assim como pagamento de todos benefícios: ticket refeição, plano de saude e seguro de vida em grupo.
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