As consequências da maior tragédia/crime ambiental da história do país podem piorar. É que a Samarco (Vale + BHP Billiton) emitiu alerta na tarde desta quarta (27) que os resíduos da extração de minério de ferro estocados na barragem de Fundão em Mariana – MG, se deslocaram.
O deslocamento seria consequência da intensidade das chuvas que atingem a região há semanas. Segundo a assessoria de imprensa da mineradora os empregados que trabalhavam no local foram orientados a sair e as defesas civis dos municípios mineiros de Mariana e Barra Longa foram acionadas.
A Samarco diz que os resíduos que deslocaram permanecem entre as barragens de Santarém (acima) e Fundão (abaixo). Esta última se rompeu no dia 05 de novembro do ano passado, destruiu a vila de Bento Rodrigues e parte da cidade de Barra Longa matou 18 pessoas, deixou cerca de 450 famílias desabrigadas e devastou o rio Doce e o litoral capixaba.
Até hoje a Samarco não conseguiu estancar o vazamento de resíduos, ainda que em quantidade pequena se comparada à ocasião do rompimento, para o leito do rio Doce. Enquanto isso o manancial permanece impregnado de rejeitos de minério, continuam a contaminar o oceano Atlântico, já tendo atingido a reserva marinha de Abrolhos, no Sul da Bahia, as reserva das Algas e de Santa Cruz no ES, indo até Guarapari. O litoral da Serra também foi afetado.
A mineradora diz que, mesmo com o deslocamento dos resíduos, reafirma que as estruturas das barragens de Germano e Santarém permanecem estáveis.