Os tradicionais santinhos de candidatos voltaram a encher as ruas da cidade de Serra. O lixo sobrecarrega aqueles, que durante as eleições, muitas vezes passam despercebidos: os garis.
A equipe de reportagem Tempo Novo conversou com três profissionais que estão atuando na limpeza das ruas de acesso a colégios eleitorais na Serra neste domingo (6).
O nome e o local que estavam não serão divulgados, a pedido deles, a fim de não comprometer a identidade dos entrevistados. O entrevistado número um, conta que esta já é a quarta eleição que trabalha como gari. Segundo ele, não é preciso começar a votação para as ruas estarem cheias de lixo. “Eles passam pela madrugada espalhando os santinhos nas portas dos colégios eleitorais. Com o vento, rapidamente esse material alcança outras ruas”.
O colega de um, denominado dois, afirma que apesar do horário de votação começar às 8h, o serviço de limpeza nessas regiões começa às 6h. “É muito trabalho a se fazer, eles ficam muito espalhados. É como enxugar gelo, mas sempre fazemos o nosso melhor para não prejudicar o cidadão”.
Em outro ponto, o entrevistado denominado três conta os perigos que os santinhos jogados no chão podem causar. “Já vi idosos escorregarem nesses santinhos e caírem no chão. É um perigo porque o material é lixo e derrapa. Além disso, os bueiros ficam entupidos. Pode esperar, é só chover que ou alaga, ou aparecem mais santinhos perdidos por ai”.
Distribuir santinho no dia da eleição é crime
Vale ressaltar que segundo o Tribunal Superior Eleitoral, é considerada propaganda irregular o derrame ou a anuência com o derrame de material de propaganda no local de votação ou vias próximas, ainda que na véspera da eleição.
Ao desrespeitar a regra, a pessoa infratora pode ser multada em até R$ 8 mil e ter que responder pelo cometimento de crime eleitoral punível com detenção, de seis meses a um ano.