Na segunda parte do podcast com Luiz Fernando Muller da Associação dos Motoristas de Aplicativos do ES, ele foi questionado a respeito de condutas antiprofissionais de motoristas; como por exemplo, o caso de assédio ocorrido na semana passando, quando uma mulher filmou e denunciou um motorista que estava se masturbando ao volante; o homem terminou detido, porém foi solto horas depois.
Ele foi duro ao afirmar que tais pessoas, que cometem crimes no exercício da atividade, mancha a imagem de milhares de motoristas que “são sérios e precisam levar comida para seus lares”. Neste caso específico, acima citado, Luiz Fernando falou que os demais motoristas ficaram revoltados com a situação.
“Precisa ser punido; o que é errado… é errado… e pronto, acabou. Cometeu crime tem que pagar. Agora é muito ruim para a categoria, pois causam um constrangimento enorme para nós, que trabalhamos corretamente. Naquele dia, todos os motoristas de app com quem conversei, relataram que os passageiros entravam nos veículos já com temor. Isso é ruim, mas não pode colocar todo mundo no mesmo pacote, não pode generalizar”, afirmou.
Luiz Fernando disse que questões de assédio ocorrem dos dois lados e cobrou das operados de app, como Uber e 99Pop, medidas para combater o problema de ambos os lados.
“Motoristas de app também sofrem assédio, na maioria das vezes vindo de passageiros homens; aí acontece do motorista pedir que a pessoa desça do carro, ou as vezes ser mais incisivo com o passageiro. Horas depois ele recebe um aviso das operados dizendo que ele infringiu as normas da empresa e é desligado do serviço; ou seja, aquele passageiro, para se vingar, faz uma denúncia falsa e fica por isso mesmo, o motorista perde sua fonte de renda e as empresas não querem nem saber”, criticou.
Luiz Fernando ainda foi questionado sobre informações que foram difundidas pelas redes sociais de supostos casos chamados de ‘cheirinho’, dos quais motoristas estariam eliminando algum tipo de substancia químico no interior dos carros, que ocasionaria no desmaio de passageiros. Muller disse que não existe nenhum caso a nível Brasil que confirme essas informações; afirmou também que os casos que foram divulgados no ES já foram desmentidos e partiram “de duas digital influencers que tiveram que se retratar”.
O representante da categoria ainda afirmou que situações envolvendo motoristas de app que estariam sendo usados como ‘aviãozinho do tráfico’ precisam ser tratados caso a caso. Citou como exemplo, o motorista que foi rendido por criminosos e acabou sendo obrigado a cruzar várias comunidades de Vitória para entregar uma quantidade de entorpecentes para outros traficantes, sob a condição de que se não fizesse, seria executado.
Assim como na 1ª parte do podcast, ele voltou a pedir regulamentação da atividade nas prefeituras do ES e mais atenção do Poder Público e das empresas no auxílio do exercício profissional da categoria, que segundo a instituição, representa um quantitativo de 19 mil pessoas.