Com a decisão da Prefeitura da Serra de não retornar às aulas presenciais nas escolas e creches este ano, os mais de 70 mil estudantes do Município continuarão recebendo atividades impressas, que serão feitas em casa e entregues à escola. Conforme noticiado pelo TEMPO NOVO, na tarde de ontem (6), após conversar com diversos setores, a Secretaria Municipal de Educação (Sedu), concluiu que um retorno presencial não traria benefícios para os alunos, já que seria necessário rodízio por conta da pandemia causada pelo coronavírus.
Segundo a Sedu, as escolas já estão disponibilizando as atividades não presenciais para todos os estudantes da rede municipal de ensino, possibilitando o vínculo com a escola e com o conhecimento, mesmo em meio à pandemia. Essas atividades serão usadas para computar a carga horária obrigatória de 800 horas. É importante destacar que os professores, que também trabalham de casa, montam todos esses conteúdos e enviam para as unidades escolares.
Vale lembrar que os pais precisam manter contato com as escolas para que os alunos recebam e entreguem os exercícios. Além disso, segundo a Sedu, os ajustes no calendário escolar de 2020 estão em fase de discussão e aprovação junto ao Conselho Municipal de Educação da Serra. A previsão é de que as atividades pedagógicas não presenciais sejam encerradas na segunda quinzena de dezembro.
Sobre o não retorno das atividades presenciais, a Prefeitura da Serra esclareceu ainda que um possível retorno no final do mês de outubro – conforme a previsão de volta do ensino fundamental na rede estadual – não representaria um impacto positivo considerável na rotina do estudante. Isso porque, com a necessidade de realizar as aulas em sistema de rodízio, parte dos alunos iria frequentar presencialmente apenas dez dias letivos até o fim do ano. A outra parcela não conseguiria sequer participar da aula presencial, tendo em vista a quantidade de alunos atendidos pela rede municipal (ao todo, são 70.645 matriculados).
A prefeitura também estava realizando uma pesquisa com todos os segmentos da comunidade escolar (pais e responsáveis pelos alunos, diretores, professores, conselhos e entidades). A consulta ocorreu do mês de setembro até o último dia 2 de outubro. O TEMPO NOVO já havia adiantado os resultados parciais da pesquisa que ainda estava em andamento na semana passada.
No total, foram 21.598 pessoas ouvidas. Grande parte delas apontaram que a comunidade escolar e as famílias dos alunos se manifestaram contrárias ao retorno. A consulta identificou que 86,2% dos responsáveis pelos estudantes do ensino fundamental não querem a abertura das escolas este ano. Já na educação infantil 78,9% das famílias também não enviariam seus filhos para as creches, caso abrissem.
Segundo a Sedu, a consulta foi organizada por meio de um grupo de trabalho composto por profissionais da Sedu, Conselho Municipal de Educação, diretores de escola, entre outros segmentos.