A Justiça Eleitoral da Serra determinou a remoção de um vídeo do candidato à Prefeitura da Serra, Pablo Muribeca (Republicanos), em que ele prometia, se eleito, fazer revelações sobre uma suposta “caixa preta” das gestões do ex-prefeito e candidato Audifax Barcelos (PP) e do atual prefeito, Sergio Vidigal (PDT). O vídeo, publicado na última terça-feira (03), já foi removido das redes sociais do candidato.
A remoção do conteúdo foi solicitada por meio de duas ações movidas por coligações adversárias: a coligação “Serra em Boas Mãos”, do candidato Audifax Barcelos (PP), e a coligação “Amor pela Serra”, do candidato Weverson Meireles (PDT), apoiado pelo atual prefeito, Srrgio Vidigal (PDT), que também foi alvo das declarações de Pablo Muribeca no vídeo.
No conteúdo do vídeo, Pablo Muribeca alega que, durante as gestões de Audifax e Vidigal, ocorreram fatos e decisões que permanecem ocultos do conhecimento dos eleitores. Ele se referiu a esse “conjunto de histórias e decisões ocultas” como uma “caixa preta”.
Essas declarações motivaram o pedido de remoção do vídeo pelas coligações, e também embasaram a decisão da Justiça Eleitoral, que considerou as afirmações como especulativas e negativas em relação aos candidatos adversários.
A Justiça entendeu que o vídeo tinha como objetivo levar o eleitor a questionar a integridade e idoneidade dos outros candidatos, sem a apresentação de provas concretas.
Nas decisões, o juiz eleitoral Gustavo Grillo Ferreira destacou que, “embora exista a liberdade de expressão e opinião dos candidatos durante o processo eleitora, é vedado o uso de recursos que possam desequilibrar a análise dos candidatos perante o eleitorado, especialmente se tais recursos fizerem uso de artifícios e conteúdo destinado a criar, artificialmente, na opinião pública, estados mentais, emocionais ou passionais”.
O juiz também salientou as encenações presentes no vídeo, que mostrava Sérgio Vidigal e Audifax Barcelos usando máscaras em uma sala escura e apertando as mãos.
Além disso, algumas falas de Pablo Muribeca, como “abrir a caixa que eles tentam manter fechada”, “decisões que nunca quiseram que você conhecesse”, e “a verdade precisa ser conhecida”, foram citadas na decisão como exemplos de linguagem que induzia artificialmente a opinião pública a questionar a idoneidade dos candidatos.
Multa de R$ 100 mil se vídeo de Muribeca fosse mantido no ar
Por fim, o juiz eleitoral determinou a remoção imediata do vídeo de todas as redes sociais de Pablo Muribeca, com prazo de 24 horas, sob pena de multa diária de R$ 100 mil em caso de descumprimento. Na última sexta-feira (6), o candidato cumpriu a determinação e os vídeos já foram removidos.
O Jornal Tempo Novo entrou em contato com a assessoria de Pablo Muribeca, mas não obteve retorno. O espaço segue aberto para manifestação.