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Sem receber salário há 60 dias, merendeiras fazem protesto na Prefeitura da Serra

Protestos ocorrem em Vtória (destaque) e na Serra. Foto: Divulgação

Sobrevivendo às mínguas e sem receber o pagamento inteiro há 60 dias, merendeiras que atuam nas escolas municipais da Serra estão realizando protestos nesta segunda-feira (14). Desde o início da pandemia do coronavírus e o fechamento das escolas, foi firmado um acordo com as funcionárias: 30% do pagamento seria feito pela Prefeitura da Serra, através da empresa responsável, e os outros 70% seriam depositados todo mês pelo Ministério da Economia.

O principal problema é que esses 70% – benefício emergencial pago a trabalhadores que tiveram a jornada de trabalho reduzida na pandemia – não estão sendo pagos pelo Governo Federal para a categoria. Enquanto isso, as famílias das funcionárias da Prefeitura da Serra estão vivendo as mínguas com aproximadamente R$ 313 mensais. Esse valor que não dá nem para fazer as compras do mês é referente aos 30% depositados pelo Município.

Uma das manifestações da categoria ocorreu em Vitória, na sede da Soluções Serviços Terceirizados Eireli, que é a empresa responsável por essas funcionárias, e o outro na sede da Prefeitura da Serra, em Serra Sede. Segundo as servidoras, 70 pessoas participaram dos atos e reivindicaram uma solução por parte da terceirizada, já que segundo elas, a empresa que firmou o acordo com o Ministério da Economia.

As serventes utilizaram panelas e gritos para tentar resolver o problema. Uma delas conversou com o TEMPO NOVO, mas não quis se identificar, por medo de perder o emprego. “Nós fomos na sede da empresa, mas não adiantou de nada. Agora a tarde, se unimos na frente da Prefeitura da Serra, onde também cobramos soluções. Estamos há 60 dias sem receber. Isso é um absurdo e a empresa deveria pagar nosso salário”, destacou a funcionária.

Já outra moradora da Serra ouvida pela reportagem cobra uma solução urgente. “Não estou aqui para culpar a empresa, a prefeitura ou o governo, mas eles precisam chegar em um acordo e nos socorrer. Sempre preparei a comida para centenas de crianças, mas agora falta alimento para as minhas filhas. Não é mentira que estamos com muitas dificuldades. Isso é justo?”, indaga a popular.

Para agravar ainda mais o problema, muitas merendeiras da Serra moram de aluguel e algumas até são mães solteiras. Com isso, elas estão precisando contornar a situação para colocar comida na mesa e ainda quitar contas essenciais, como de energia elétrica e água, por exemplo. 

Prefeitura culpa Governo Federal e diz que está pagando sua parte

A Prefeitura da Serra informou que o pagamento referente a 30% do salário que cabe à prefeitura está em dia, sem atraso. Disse ainda que a Secretaria Municipal de Educação tem acompanhado a situação. “A empresa terceirizada, responsável pelas profissionais, já acionou o Governo Federal para buscar soluções; e também já se reuniu com representantes das merendeiras”, diz o texto da nota.

Já o Ministério da Economia não se manifestou diretamente sobre as merendeiras, pois solicitou dados pessoais das profissionais, como CPF e nome completo. “Para casos específicos, é necessário informar os dados dos trabalhadores”, disse em nota.

Porém, o ministério ressaltou que o trabalhador que enfrentar alguma dificuldade pode entrar em contato com Superintendência Regional do Trabalho de seu estado.

O TEMPO NOVO tentou contato direto com a Soluções Serviços Terceirizados Eireli, mas até a finalização deste texto, não obteve retorno. Caso a empresa de manifeste, a matéria será atualizada com o posicionamento.

Gabriel Almeida

Jornalista do Tempo Novo há mais de oito anos, Gabriel Almeida escreve para diversas editorias do jornal. Além disso, assina duas importantes colunas: o Serra Empregos, destinado a divulgação de oportunidades; e o Pronto, Flagrei, que mostra o cotidiano da Serra através das lentes do morador.

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