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Sem remédios nos postos de saúde da Serra, moradora gasta R$ 400 para se tratar de Covid-19

A falta de medicamentos, segundo moradores, ocorre em diversas Unidades de Saúde da Serra. Foto: Divulgação

A falta de medicamentos básicos nas farmácias públicas de unidades de saúde da Serra tem causado um rombo no bolso dos moradores que dependem do Sistema Único de Saúde (SUS) na cidade. Nos últimos dias, o TEMPO NOVO tem recebido diversas reclamações de pacientes que procuram esses locais, mas se deparam com a não disponibilidade de remédios, alguns inclusive que são utilizados para amenizar o sofrimento causado pela infecção do coronavírus.

As denúncias sobre a atual situação da Saúde da Serra, que segundo usuários está precária, ocorrem há anos, e inclusive, já foram noticiadas pelo jornal. Agora, a principal queixa é contra a dificuldade de encontrar remédios essenciais de forma gratuita, direito este que é garantido pela Constituição Federal. Vale lembrar que, na cidade, a grande maioria das farmácias públicas fica situada dentro de postos de saúde. Atualmente, a Secretaria Municipal de Saúde é gerida pelo secretário Alexandre Viana.

Umas das moradoras que reclama da situação mora em Barcelona, mas não será identificada por pedido pessoal. Ela sentiu sintomas do coronavírus, foi até a Unidade de Saúde de Barcelona , se consultou e foi classificada como caso suspeito. No entanto, não foi permitida a realização do exame para detectar se realmente havia a infecção pela doença. Após isso, a paciente se dirigiu até um laboratório particular, pagou por um teste rápido e confirmou que estava doente pela Covid-19.

Ao receber o resultado, que saiu em pouco tempo, a paciente retornou ao posto de saúde e foi atendida novamente por um profissional de Saúde. Após a médica verificar o teste positivo para a doença, ela recebeu a prescrição. Logo depois, seguiu até a farmácia pública de seu bairro. Só que ao chegar no local, se deparou com uma desagradável surpresa: foi informada que nenhum dos medicamentos receitados estava com estoque disponível.

Preocupada com uma possível piora no seu caso, a paciente foi até uma farmácia privada e gastou aproximadamente R$ 400 com toda a medicação indicada para frear a infecção do coronavírus e também tratar uma gravidade no quadro de sinusite que vem sofrendo.

“Gastei R$ 140,00 com o exame, que deveria já está disponível para população, o que evitaria a espera para saber se tem Covid-19 e ter o tratamento devido evitando assim tantas mortes. Além disso, tive que comprar os medicamentos que me custaram quase R$400,00 reais, pois além do coronavírus também estou com uma sinusite e nenhum dos medicamentos tinha no posto de saúde de Barcelona”, relatou a moradora que está indignada com a situação.

Segundo a moradora, os principais medicamentos que faltam nas unidades da Serra são: Azitromicina (muito usado no tratamento de Covid-19) e Ivermectina. Além desses também não há anticoncepcional, remédios para pressão, insulina e muito outros. “Fiquei pensando o que aconteceria se eu não tivesse dado um jeito em comprar os medicamentos? Como seria? Bom a resposta todos sabem né?”, indagou a popular. Ela também conta que foi até a Unidade de Pronto Atendimento, em Castelândia. Por lá, constatou até falta de copos descartáveis para que os pacientes pudessem utilizar os bebedouros.

Moradora denuncia não realização de testes de coronavírus

A Upa de Castelândia está com atendimento exclusivo para pacientes com sintomas da covid-19 desde maio. Foto: Divulgação Prefeitura da Serra/Everton Nunes

Uma moradora de Jacaraípe – que não se identificou com medo de represálias já que possui parentes que trabalham na administração municipal disse que também não teve acesso a Azitromicina.

“Quando eu fui (na farmácia), há 25 dias, ainda tinha antialérgico e o corticoide, mas tive que comprar a Azitromicina. Não gastei muito, mas se fosse o caso de comprar os outros medicamentos, ficaria caro para mim, pois sou assalariada.”

A paciente foi diagnosticada com suspeita de coronavírus, mas também não pode fazer o teste de Covid-19. “Não fizeram o teste, passaram as medicações e me mandaram ir para casa. Nem me pediram para ficar isolada, fiz o isolamento por minha conta, pois minha mãe possui comorbidades”, reclamou.

Prefeitura diz que moradora mentiu, mas admite falta de medicamento

A Secretaria Municipal de Saúde (Sesa) enviou uma nota à reportagem. De acordo com o texto, a informação repassada por uma das moradoras não é verídica. Entretanto, a pasta confirmou que falta Azitromicina na Saúde da Serra. Sobre os demais medicamentos, disse que não há falta e afirmou que a cidade possui 96,86% do seu estoque abastecido, o que seria “superior ao preconizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de 80%”.

“Com relação aos medicamentos, nosso índice de abastecimento está em 96,86%, superior ao preconizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de 80%. Não há falta de Anticoncepcional e Insulina na rede municipal e a compra desses medicamentos é de responsabilidade do Ministério da Saúde. Medicamentos de pressão também estão disponíveis.”

Por fim, a nota da prefeitura ainda afifma que a Ivermectina não faz parte da lista de medicamentos padronizados na Serra, mas há substitutos disponíveis. “O Azitromicina já foi comprado, mas, devido à grande procura, o fornecedor ainda não realizou a entrega programada, no entanto, também há disponibilidade de outros antibióticos na rede.”

Gabriel Almeida

Jornalista do Tempo Novo há mais de oito anos, Gabriel Almeida escreve para diversas editorias do jornal. Além disso, assina duas importantes colunas: o Serra Empregos, destinado a divulgação de oportunidades; e o Pronto, Flagrei, que mostra o cotidiano da Serra através das lentes do morador.

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