Ayanne Karoline
A paralisação das atividades da Samarco completa cinco meses com grande prejuízo para as empresas que prestam serviço à mineradora. Só na Serra, a baixa pode chegar a R$ 300 milhões em contratos com fornecedores de produtos e serviços até dezembro. A mineradora, que possui usinas de pelotização de minério de ferro, projeta retorno de suas atividades em outubro.
Uma das empresas instaladas na Serra que está amargando prejuízos é a Ecotrading Importação e Exportação, que fica em São Diogo. Desde sua criação, há dez anos, a Ecotrading tem contrato com empresas que fornecem máquinas e equipamentos à Samarco. O diretor da Ecotrading, Flávio Quintanilha, calcula que a perda das fornecedoras que são suas clientes chegue a US$ 3 milhões (cerca de R$ 10,6 milhões) até o fim do ano. “Toda a cadeia de serviço foi afetada e isso prejudicou as vendas. A solução foi atrair novos clientes para suprir a queda”, afirmou.
Na lista de materiais importados pela Ecotrading para as prestadoras de serviço da Samarco, estão guindastes, gruas, empilhadeiras, entre outros. Segundo Quintanilha, a volta dos contratos é importante para a retomada de investimentos. “Sem dúvida, vai impactar positivamente nossos negócios, a economia da Serra e do Estado”, avalia.
Em nota, a Samarco informou que a expectativa é que as operações sejam retomadas no último trimestre deste ano, mas reiterou que depende da anuência dos órgãos ambientais de Minas Gerais, pois fica lá a barragem de rejeitos da extração de minério que estourou em novembro de 2015. É esse minério que atende a fábrica de Anchieta.
A Samarco não tem previsão de quando retomar contratos com fornecedores.
“Questões relativas a novos contratos só poderão ser tratadas após sinalização da retomada das operações”, explica a mineradora.
Cerca de 10% das 1.800 indústrias instaladas na Serra possuem contrato com a Samarco. Em decorrência da paralisação, só no município, cerca 350 trabalhadores já foram demitidos, segundo o vice-presidente da Findes/Serra, José Carlos Zanotelli.