A Serra se tornou a locomotiva econômica, a mais industrializada e populosa cidade capixaba. Mas não se tornou um lugar de bem viver, de encontros entre gente interessante nem de uma vida cultural efervescente, não obstante os abnegados ativistas e artistas que levam à frente seus projetos, apesar das adversidades. Mas estes são exceções.
Quando cai a noite, a cidade vira um breu, com seus muros altos, cercas elétricas e câmeras de videomonitoramento. Não que a vida noturna nas vizinhas Vitória, Cariacica e Vila Velha seja pujante, mas pelo menos nelas têm alguma coisa.
Enquanto isso, a Serra vê seu índice de homicídio se distanciar das demais, consolidando uma liderança que já beira duas décadas. Dois casos chocantes aconteceram esta semana na cidade: o homem que morreu asfixiado após ser abordado por seguranças num supermercado em Laranjeiras, onde tentou furtar um pedaço de carne. E a mulher que foi assassinada com cerca de 80 facadas no Civit I.
Falta sentimento de pertença nesta cidade, o que fica evidente no comportamento dos grupos que brigam pelo poder local. Até quando a vida aqui será tão banal?
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