Clarice Poltronieri
A chegada da Páscoa aquece o comércio de varejo, especialmente em supermercados, restaurantes e peixarias, por conta da tradição dos ovos de chocolate e da produção da torta capixaba. Em alguns setores o crescimento nas vendas chega a 80% em relação a outras épocas do ano.
Segundo a Federação do Comércio de Bens e Serviços do Espírito Santo (Fecomércio), as vendas devem aumentar em 6% em relação ao mesmo período de 2017, especialmente nos supermercados. A entidade pontua que a inflação deste período está mais baixa que no ano anterior e que o ambiente está mais favorável para compras.
Um dos principais itens vendidos na época é o ovo de chocolate, que este ano está entre 3% e 4% mais caro, segundo a assessoria de imprensa da Fecomércio. Já as barras e caixas de bombom tiveram queda no preço de 4%, aponta a entidade.
O sócio proprietário do Supermercado Falqueto, Roberto Milanez, também conhecido como Beto Falqueto, aposta numa Páscoa mais próspera para o varejo este ano. “A expectativa de aumento é de 6% nas vendas em relação ao ano passado e já é um sinal de recuperação da economia. Os produtos que mais saem são bacalhau, ovo de Páscoa, azeite, palmito, azeitona. Os ovos tiveram um pequeno aumento no preço. Já os produtos para torta estão com a média de preço do ano passado e alguns até mais baratos”, aponta.
Nas peixarias, esta é a melhor época de vendas do ano e o crescimento chega a 80%. O revendedor de mariscos e frutos do mar, Tássio Roldão, de Jacaraípe, tem aumento de até 40%.
“Trabalhamos com mariscos e frutos do mar, inclusive desfiados de siri, aratu e caranguejo, muito usados na torta. Nessa época aumenta de 30 a 40%. O brasileiro consome pouco peixe, mas nessa época aumenta muito”, destaca.
O presidente da Federação Estadual das Associações de Pescadores do Espírito Santo, Manoel Bueno – ou Nego da Pesca, diz que a procura chega a ser 80% maior que nas demais datas do ano.
“O aumento maior deve ser na próxima semana, quando as vendas crescem 80%. Além da torta, as pessoas fazem muita moqueca. Esperamos melhora em relação aos anos anteriores, mas há preocupação ainda com o crime da Samarco. As pessoas não sabem se de fato têm uma alimentação de qualidade. Ainda tem uma área de proibição no estado e o peixe não fica restrito àquela área, por isso continuamos atuando no Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional”, lembra.