A prisão do senador Delcídio do Amaral (PT/MS), líder do Governo no Senado, sacudiu o Congresso federal nesta quarta-feira (25). Ele foi preso sob a acusação de estar atrapalhando as investigações da Operação Lava Jato, que apura esquema de lavagem de dinheiro que beneficiou políticos, partidos e empresários. O pedido foi homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou também a prisão do chefe de gabinete do senador, Diogo Ferreira.
Nas próximas 24 horas, o STF envia ao Senado a comunicação sobre a prisão e competirá aos senadores se ele permanecerá ou não preso, em votação que deve ter maioria absoluta, de ao menos 41 senadores.
Segundo informações da Procuradoria da República, Delcídio teria oferecido R$ 50 mil mensais ao ex-diretor da Petrobras, Nestor Ceveró, para que este não aceitasse o acordo de delação premiada ou, caso o fizesse, não mencionasse seu nome no caso. Ele também teria se comprometido a interferir em processos no Supremo Tribunal Federal (STF), o que poderia ser feito sob o intermédio de Michel Temer (PMDB-vice-presidente da República) e Renan Calheiros (PMDB- presidente do Senado).
Em sua trajetória, acumula as funções de ministro das Minas e Energia e diretor de Gás e Petróleo da Petrobras. Ele foi citado durante as investigações da Lava Jato pelo lobista Fernando Baiano, que o acusou de receber U$$ 1.5 milhão, como propina pela compra da refinaria Pasadena, nos Estados Unidos. Ele também foi acusado em outra negociação envolvendo a companhia, pelo aluguel de navios-sonda. O montante nesta operação foi de U$$ 6 milhões, para dividir com outros três supostos envolvidos.
Na mesma sessão foi confirmada a prisão do banqueiro André Esteves e do advogado Edson Ribeiro, que defendeu Ceveró.
A reportagem fez contato telefônico com os senadores Ricardo Ferraço e Rose de Freitas (ambos PMDB). Em seguida, acionou as suas assessorias sobre o posicionamento de ambos. Ferraço já se pronunciou, defendendo a permanência de Delcídio na prisão. Já o senador Magno Malta (PR) não foi localizado para comentar o assunto.
Também foi feito contato com o deputado federal petista Givaldo Vieira, mas até o momento não obtivemos retorno sobre o tema.