A Serra, assim como cidades de todo o Brasil, sofrerá impactos econômicos significativos no próximo ano por conta da pandemia causada pelo coronavírus. E prevendo uma redução da receita orçamentária do Município, o prefeito eleito, Sérgio Vidigal (PDT), anunciou, na tarde desta segunda-feira (30), que irá reduzir o número de secretarias e automaticamente a quantidade de servidores comissionados. O próximo chefe do Executivo afirma que é necessário rever todo o custeio da máquina pública.
Atualmente, a Prefeitura da Serra possui 24 secretarias e mais de 700 cargos comissionados. De acordo com levantamento feito pelo TEMPO NOVO, Sérgio Vidigal vai assumir a Prefeitura da Serra com R$ 100 milhões a menos no orçamento municipal. Em 2021, o orçamento será de R$ 1.610.000.000,00. No exercício atual, é de R$ 1.7 bilhão. Segundo Vidigal, um dos seus primeiros atos como prefeito será enxugar o tamanho da máquina.
Na prática, o prefeito eleito pretende cortar 35% de secretarias – o que representaria cerca de sete pastas a menos. Além disso, também haverá uma redução de 35% no número de cargos comissionados.
“Nossa definição é fazer uma reestruturação administrativa de forma que a gente possa enxugar o tamanho da máquina. Como nós temos um plano de governo baseado em quatro eixos, que é cidade criativa, humana, inteligente e sustentável. A gente vai reduzir as secretarias e vai vinculá-las a esses eixos. Então reduziria as secretarias, reduziria também proporcionalmente o número de cargos”, afirmou.
Vidigal ainda disse que outra ação é rever todo o custeio da máquina. “Hoje, o custeio da máquina representa quase o mesmo percentual da folha de pagamento. A folha é 42 e o custeio da máquina é 39. Então queremos rever o custeio da máquina. O cenário da gestão agora é que vamos pegar uma gestão com tendência em queda de receita”, destacou.
Empréstimos feitos pela gestão atual
Sérgio Vidigal ainda comentou sobre as operações de crédito (empréstimos) feitas pela atual gestão, comandada por Audifax Barcelos. Conforme já informado anteriormente pelo TEMPO NOVO, o próximo prefeito terá que pagar mais de R$ 300 milhões (+ juros) de empréstimos realizados para execução de obras. Segundo Vidigal, a Serra terá uma receita menor e uma despesa contratada, através de operações de crédito, maior.
“O nosso cenário da Serra é um cenário que só de operação de crédito aproximadamente R$ 380 milhões, que tinha dois anos de carência e começa agora vencer a partir de janeiro do ano que vem porque são 10 anos para pagar. Esses recursos já vêm deduzindo do fundo de participação do município, que é chamado consignado. Nós teremos uma receita menor e uma despesa contratualizada, através de operação de crédito, maior.”
Equipe sendo montada para transição de governo
Sobre a transição de governo, Vidigal afirmou que ainda não conversou com o atual chefe do Executivo, Audifax. De acordo com ele, isso ainda não ocorreu já que uma equipe de transição ainda está sendo montada.
“Não tive essa conversa (com o atual prefeito) porque estou terminando de preparar uma equipe. Estou pegando uma empresa de auditoria, que não tem nenhuma conotação política e nenhum deles será secretário meu. Uma coisa bem técnica. Para vê o financeiro do município e até para gente poder fazer um planejamento de médio e longo prazo”.
Sérgio Vidigal foi eleito prefeito com 54% dos votos válidos
Atual deputado federal, Vidigal foi o único disputante deste ano que já administrou a Prefeitura da Serra (1996, 2000 e 2008). Essa foi a 7° vez que ele se candidatou ao cargo de prefeito. (1992, 1996, 2000,2008, 2012 e 2016), dessas, ele venceu em três situações.
Durante sua campanha, Vidigal sempre se colocou como o único candidato experiente para gerir o Município na pandemia do coronavírus e no pós-pandemia.