Yuri Scardini
No olho do furacão. Esta é a posição que o deputado federal e ex-prefeito da Serra, Sérgio Vidigal entrou na última segunda-feira (18) quando o PDT Nacional declarou que irá expulsar os seis deputados federais que votaram a favor do impeachment da presidente Dilma Roussef (PT), contrariando a orientação da cúpula do partido.
O meio político da cidade já estava de antena ligada quanto a possibilidade da expulsão, pois este fato tem potencial para mudar radicalmente o cenário eleitoral de outubro. Se consumada a expulsão de Vidigal, são reais as chances dele não conseguir disputar à cadeira de prefeito contra seu arquirrival Audifax Barcelos (Rede), dada a obrigatoriedade de filiação partidária seis meses antes do pleito, prazo já superado.
É claro que Vidigal estudou todas as possibilidades e todos os cenários. O deputado não é um homem que deixa o destino seguir a própria sorte, muito pelo contrário, Vidigal é um grande estrategista. É inteligente e experiente o suficiente para saber que tudo isso poderia acontecer. Inclusive o próprio pronunciamento dele na hora do voto foi milimetricamente montado para dar respaldo jurídico à sua defesa no processo de expulsão do PDT.
Neste momento, Vidigal é tido no imaginário de boa parte do eleitor da Serra como um mártir. Um verdadeiro herói serrano que se rebelou ante a aliança pedetista/petista. Desconfiada e cautelosa, a turma de Audifax permanece na moita esperando as cenas dos próximos capítulos. Na prática eles não sabem se comemoram ou se preparam para um luta ainda mais intensa.
É muito difícil dizer o que precedeu esta decisão de Vidigal de ir contra o PDT, verdade é que fontes muito próximas a ele, afirmaram que Sérgio é visto internamente no partido como o líder do motim contra Dilma, o que de fato corrobora para o enfurecimento pedetista contra o ex-prefeito da Serra.
Ingresso para a primeira fila
A história de Vidigal nunca foi de meio termo. Se tal movimentação não der muito certo, indubitavelmente dará muito errado. Ele pode sair fortalecido de tal forma a ser o próximo senador da República, ou até quem sabe, governador. Dilma e PT podem ter feito um grande favor à Serra, pois servindo como um trampolim político podem ter erguido Vidigal – e consequentemente a Serra – como possível protagonista da política estadual.
Ou, tudo isso pode ter sido uma movimentação furada, igual aquela de 2006, quando Vidigal contrariando as forças políticas dominantes, decidiu concorrer à eleição de governador contra Paulo Hartung. O que na prática atrasou em anos as possiblidades de impulsionar seu nome rumo ao Estado, permitindo que nomes como o de Renato Casagrande “tomassem” o seu lugar.
O ‘mártir’ Vidigal agora irá lutar contra sua expulsão do partido. Não dá para saber se é teatro, mas, sem dúvida, a plateia composta pelas turmas de Audifax, Vandinho Leite e Bruno Lamas já comprou os ingressos para as primeiras fileiras do show e se prepara para vaiar ou bater palma.
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