O Hospital Materno Infantil será transferido novamente para a gestão da Prefeitura da Serra ainda neste mês de agosto. O anúncio foi feito pelo prefeito Sergio Vidigal (PDT) durante solenidade realizada na noite desta quarta-feira (12). Até o momento, a maternidade estava sob o comando do Governo do Estado, mas após solicitação do Município, voltará oficialmente para a Serra, que promete ofertar partos de risco habitual, alto risco e também cirurgias ginecológicas.
De acordo com o chefe do Executivo municipal, o hospital foi construído para atender moradores da Serra e esse atendimento será garantido somente com a maternidade sendo gerida pela Prefeitura. “O Hospital Materno Infantil retorna para o serrano no dia 31 de agosto. Porque o hospital é nosso. Quem interna os seus filhos lá são as mulheres serranas, quem tem que internar os seus filhos lá é as mães serranas”, disse.
Com a gerência da maternidade voltando ao Município no dia 31 de agosto, a unidade será inaugurada, de fato, em outubro. Vale ressaltar que, apesar de estar no comando do Estado até o momento, o Materno ainda não foi aberto para atender o público geral, mas apenas internações de pacientes acometidos pela Covid-19, ou seja, nunca realizou um parto sequer desde a entrega da obra em 2020.
“Em outubro será inaugurado, de fato, o nosso hospital para atender a Serra. Agradeço ao governador porque ele vai contribuir conosco no funcionamento, que não será só maternidade de risco habitual, mas também de gravidez de risco alto e cirurgias ginecológicas”, lembrou o prefeito Sergio Vidigal durante sua fala.
O prefeito da Serra também garantiu que a municipalização do Materno Infantil está sendo feita de forma pactuada com o Estado, sem imposição de nenhum dos lados.
Hospital Materno Infantil virou um anexo do Jayme
Em abril conforme já informado pelo TEMPO NOVO, o Governo do Estado decidiu realizar mudanças no sistema de atendimento da maternidade, que foi anexado ao Hospital Dr. Jayme dos Santos Neves para atender pacientes com coronavírus. Isso ocorreu devido à alta de internações e o agravamento da pandemia em todo o Espírito Santo.
Na época o secretário de Saúde do ES, Nésio Fernandes afirmou que se ocorrer uma desaceleração de casos do coronavírus, um novo calendário será feito para anunciar a abertura da estrutura como maternidade. A intenção do Governo é que assim que o Materno Infantil for efetivado como maternidade, serviços que hoje são oferecidos no Jayme dos Santos Neves sejam transferidos para a nova unidade.
Hospital custou R$ 120 milhões e foi construído pela Prefeitura da Serra
O hospital Materno Infantil– construído pela Prefeitura da Serra, com recursos próprios e do Governo Federal – foi entregue em setembro de 2020. A previsão era atender oito mil gestantes por mês, mas até hoje a maternidade não realizou um parto. O Município, na época administrado pelo ex-prefeito Audifax Barcelos, entregou a unidade para o Governo do Estado administrar, mas faltava a formalização.
Vidigal detalha funcionamento do hospital
Ao TEMPO NOVO, no mês passado, o prefeito da Serra detalhou como pretende arcar com os custos de operação da estrutura. “O que o Governo do Estado entendeu é que uma cidade do tamanho da Serra precisa ter sua estrutura própria para poder atender sua população. Até porque a Serra tem a maior rede de atenção primária no estado. Então vamos ter garantia de que todos aqueles que entrarem na rede ambulatorial terão a proteção da rede hospitalar”, disse o prefeito.
Vidigal explicou ainda que as gestantes de risco alto da Serra que hoje são atendidas no Hospital Jayme Santos Neves, passarão a ser atendidas pela Prefeitura da Serra e para ajudar, o Estado vai repassar os recursos referentes ao atendimento dessas pacientes que muitas vezes precisam de UTI Infantil.
“Hoje fazemos 200 partos na Maternidade Carapina, com a municipalização do Hospital Materno Infantil passaremos a ter condição de fazer 600 partos por mês. Vamos garantir que todas as gestantes que passarem pela nossa rede de saúde irão conseguir ter seu filho numa maternidade humanizada dentro do nosso município”, completou.
Vidigal detalhou que a ideia é centralizar no Materno Infantil todo o atendimento pediátrico, que hoje é feito nas três UPA’s (Serra Sede, Carapina e Castelândia). Essa mudança vai permitir que a Prefeitura tenha estrutura para garantir as cirurgias eletivas nas Unidades de Pronto Atendimento. Além disso, com a ampliação dos leitos para atender a demanda da maternidade o município poderá aumentar o repasse feito pelo Ministério da Saúde (MS) por meio da tabela do SUS.
“O MS remunera de acordo com o quantitativo que se atende. Hoje só temos capacidade de 200 partos e com isso parte da demanda acaba sendo atendida pelas maternidades do entorno. Não ficamos com esse teto de recursos porque não temos capacidade, com essa ampliação vamos receber um repasse maior e seremos ressarcidos, pois vamos atender a demanda do Sistema Único de Saúde. Para você ter ideia, dos 49 municípios brasileiros de mais de 500 mil habitantes, 47 deles já fazem contrato diretamente com o MS através dos seus equipamentos hospitalares”, explicou Sérgio Vidigal.
Por fim, o prefeito confirmou a desativação da Maternidade de Carapina e a transferência dos recursos em direção ao Hospital Materno Infantil.
“Em Carapina, fazemos 200 partos e gastamos R$ 2,5 milhões; vamos trazer esses recursos para o HMI; vamos ampliar a oferta de atendimento, isso vai permitir uma ampliação de receita baseado na tabela do SUS, e vamos receber o auxílio do Governo do Estado já que vamos atender uma parte da demanda da gravidez de risco alto que hoje é de responsabilidade do Governo do Estado. O bom disso tudo é que não vamos criar despesa nova, e a outra grande vantagem, é que o Hospital servirá para atender exclusivamente os moradores da Serra”, finalizou.