Por Thiago Albuquerque
Um dado nada agradável coloca a Serra como a vigésima nona cidade mais violenta do Brasil entre as que tem mais de 100 mil habitantes. Com uma taxa de 69,2 homicídios por 100 mil habitantes/ano, incluindo aí as Mortes Violentas com Causa Indeterminada (MVCI), a Serra é a única cidade do ES entre as 30 onde mais se mata. Os dados são do Atlas da Violência feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e se referem a 2015.
Outras cidades capixabas no ranking são: Cariacica (45º lugar e taxa de 60,0); São Mateus (49º lugar e taxa de 59,4); Linhares (82º lugar e taxa de 50,1); Vila Velha (113º lugar e taxa de 42,1); Guarapari (131º lugar e taxa de 37,6); Vitória (159º lugar e taxa de 30,1); Cachoeiro do Itapemirim (174º lugar e taxa de 27,8) e Colatina (209º lugar e taxa de 21,2). O ranking é formado por 304 cidades de todo o Brasil.
O estudou mostrou também que a partir de 2013, o ES saiu da lista dos cinco estados com mais assassinatos no país, posição que vinha mantendo desde a década de 1980. Em 2015, chegou a figurar na 15ª posição nos índices de homicídios entre os 27 estados e o Distrito Federal.
O levantamento do Ipea revela ainda que o Espírito Santo teve a maior queda nos índices entre 2010 e 2015: recuo de 27,6%, seguido por Paraná (-23,4%) e Alagoas (-21,8%). Por outro lado, os maiores crescimentos aconteceram nos estados de Sergipe (+77,7%), Rio Grande do Norte (+75,5%), Piauí (+54,0%) e Maranhão (52,8%).
Mesmo com a redução, o Espírito Santo lidera outro triste ranking: a de assassinatos de mulheres negras, com índice de 9,2 assassinatos a cada grupo de 100 mil em 2015. Na sequencia vem Goiás (8,7), Mato Grosso (8,4) e Rondônia (8,2).
E apesar dos números globais apontarem tendência de redução no Espírito Santo, em 2017 isso se inverteu. Os assassinatos voltaram a crescer durante a paralisação da PM em fevereiro e também nos meses subseqüentes.
Tanto que de janeiro a abril foram mortas 587 pessoas, contra 430 no mesmo período de 2016, um aumento de 36%. Na Serra aconteceu a mesma coisa. Entre janeiro e abril foram mortas 128, contra 102 no mesmo período de 2016, um acréscimo de 25%.