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“A Serra é a cidade com maior potencial de crescimento no ES”

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José Eduardo diz que só em 2019 foram abertas 3 mil empresas na Serra e que dispensou 287 atividades de licenciamento. (Foto: Everton Nunes/PMS)

O secretário de Desenvolvimento Econômico da Serra, José Eduardo Azevedo, projeta retomada do crescimento da economia da cidade, apesar do momento difícil. Ele cita a expectativa positiva com os investimentos da Vale e Arcelor – que deverão compensar perdas com a queda da produção de minério e paralisação da Samarco. Ressalta o bom momento do setor de Atacarejo, com novas lojas no polo já consolidado na cidade. Espera, também, rebatimentos positivos no setor de óleo e gás, incluindo a reocupação do centro de distribuição da Petrobras no TIMS e o acionamento do arranjo metalmecânico. Lembra que o Município tem elaborado leis de incentivo fiscal e de desburocratização. Por fim, anuncia a criação de polo e tecnologia perto do Ifes de Manguinhos. 

Como o senhor avalia o desempenho da economia da cidade no último trimestre e o que esperar do próximo? 

A nossa avaliação é positiva e a expectativa, otimista. Sabemos que o macroambiente econômico do país ainda não deslanchou. E tem, hoje, sinalização de que o mundo pode viver um momento mais difícil, com recessão nos EUA, Europa, a guerra comercial entre China e EUA. São variáveis sobre as quais não temos controle. Mas temos controle sobre nossas variáveis: cidade bem cuidada, com ambiente de negócios bom, que desburocratiza o setor empresarial, tem boa infraestrutura, bons polos empresariais, recebe bem o empreendedor. E um Município com contas equilibradas e capacidade de investimento. Por isso, a Serra é a cidade que tem maior potencial de crescimento no ES.

Quais investimentos em curso e em perspectiva na Serra?

[Os investimentos] públicos são uma rotatória no Civit I; em saúde, educação e saneamento; o Contorno do Mestre Álvaro, obra cujo valor é de R$ 300 milhões. Dos investimentos privados, são dois atacarejos (Oba e Vem), reforçando o polo que já existe nesse segmento; um novo mall em Laranjeiras; galpões do grupo FortLev na região do Civit; instalação da rede RB (distribuidora de produtos de limpeza doméstica); expansão do TIMS, onde já está acertada a vinda dos centros de distribuição da Calçados Pimpolho e da Fio e Ferro . A Viminas está em expansão para fornecer vidros à fábrica de ônibus da Marcopolo, em São Mateus. Tem, ainda, a modernização e expansão das plantas da ArcelorMittal e Vale, sendo que a primeira vai investir R$ 600 milhões por ano até 2023, com geração de 2 mil empregos no pico das obras.

Como o Contorno do Mestre Álvaro pode rebater positiva e negativamente na economia da cidade?

Vai melhorar a logística da cidade, porque elimina gargalo do trecho urbano da BR 101. Melhora a segurança no trânsito, uma vez que esse trecho tem alto índice de acidentes e tira 35% dos caminhões que passam nele.  Vai permitir a cidade uma requalificação do trecho urbano da BR, trazer um perfil de investimento mais nobre na área de comércio e serviços.  Sem contar o investimento na obra do Contorno, são mais de R$ 300 milhões, gerando 400 empregos diretos, quase mil indiretos, ativando a rede de fornecedor e prestador de serviço.  Só haverá impacto será negativo se a cidade não tiver, no futuro, controle da ocupação na região.

O que a Serra pode esperar dos investimentos anunciados do setor de óleo e gás no ES?     

Com a nova legislação, o país está destravando os investimentos no setor. Isso vai ser sentido em dois ou três anos e, na Serra, deve gerar negócios para empresas prestadoras de serviço, por exemplo, na área de metalmecânica. Pode, também, ativar empresas âncoras que têm relação com o município, como exemplo a Jurong, que está em Aracruz. Além de ter muitos empregados que moram na cidade, a Jurong possui vários fornecedores aqui.  Sem contar a abertura da distribuição do gás para outras empresas, quebrando o monopólio da Petrobrás. A expectativa é que isso baixe os preços e favoreça empresas instaladas na Serra, como a Biancogrês, tornando-as mais competitivas. Por fim, espera-se que a Petrobras invista e gere reocupação da área que tem no Tims.

O setor mínero-siderúrgico está numa conjuntura negativa. Como está afetando a economia da Serra?  

É claro que isso tem efeito negativo. A Samarco o rebatimento não foi só em Anchieta, a Serra sofreu também. No caso do desastre da Vale (Brumadinho), ele tem efeito não só na exportação, mas no custo de material para ArcelorMittal, grande consumidora de minério. Isso tira competitividade.

Ao mesmo tempo que vemos a geração de empregos formais ser cada vez mais modesta, cresce o registro de microempreendedores individuais na Serra. É uma tendência?   

Há uma tendência estrutural, de longo prazo, que é você ter menos emprego formal e mais empreendedor. Mas os eventos negativos que afetam a economia local têm tido compensações importantes que estão vindo na hora certa: os investimentos da Arcelor e Vale, o bom momento do setor de logística com centros de distribuição, e a perspectiva do setor de petróleo e gás dar uma reagida. Tanto é verdade que a Serra, ano passado, teve o melhor saldo de geração de empregos no ES, cinco mil. A gente espera que 2019 repita esse número. Igual ou melhor que esse saldo de empregos é o número de empresas que se instalou  na Serra até agosto, de três mil, entre micro, pequenas, médias e grandes. E isso sem contar os MEIs.

A Prefeitura acabou de dispensar 287 atividades de licença ambiental e alvará, além de criar lei de incentivo fiscal. Os efeitos já são notados na economia?     

A gente espera melhorar o ambiente de negócios. Porque aquela atividade de baixo impacto, à medida que é liberada, descarrega a capacidade da Prefeitura para ser mais rápida com outros projetos maiores que, quanto mais rápidos forem instalados, mais rápido vão gerar empregos. Já o incentivo fiscal é decreto que regulamenta lei já existente. Serve para aplicar em situações pontuais quando a Serra estiver disputando empreendimento com outros municípios, como, por exemplo, os da Sudene no norte do ES.

Na quarta-feira (2), o prefeito Audifax anunciou que o Município definirá área para instalação de polo de tecnologia. Como e onde será?   

A área fica próxima ao Ifes de Manguinhos. Nessa região física, vamos aplicar incentivos para concentrar empresas de base tecnológica e de inovação para atender a vocação da Serra, como nas áreas metalmecânica, siderúrgica e logística. Será regulamentado na próxima quarta-feira (9) pelo prefeito Audifax Barcelos (Rede).

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