Clarice Poltronieri | Gabriel Almeida | Conceição Nascimento
A greve dos caminhoneiros já provocava uma série de problemas na Serra na tarde de ontem (24), pondo em risco os serviços coleta de lixo, transporte público, policiamento, comércio, fornecimento de insumos a hospitais e matérias primas das indústrias. Além disso, nos postos de gasolina onde ainda havia combustível na cidade, as filas eram enormes.
A cidade também já enfrentava o fantasma da falta de alimentos nos supermercados e feiras. Enquanto o Governo Federal tenta negociar com os caminhoneiros reduzindo impostos para que o valor do diesel caia, nesta sexta-feira (25) o movimento entra no seu 5ª dia. A até às 19h e 30 de ontem (24) a greve não havia terminado.
Segundo o presidente da Associação Capixaba de Supermercados (Acaps), João Falqueto, já falta produtos nos estabelecimentos e que há casos de valores que subiram mais de 200%.
A coleta de lixo na Serra está garantida só até segunda-feira (28) caso a situação não se normalize. A informação é do diretor da empresa responsável pelo serviço, a Engeurb, José Carlos Zamprogno. “Temos reserva de combustível para manter a normalização da coleta até segunda-feira”, afirma.
Sobre o impacto na circulação de viaturas das Polícias, a Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp) não respondeu aos questionamentos da reportagem. Mas no meio da tarde de ontem (24) o site Gazeta On Line informava que por conta da situação a PM já estava restringindo a circulação de viaturas.
A circulação de ônibus do Transcol também está sendo impactada. “O sistema Transcol não fará greve, mas deve faltar combustível, prejudicando a frota. Contudo esse é um problema dos empresários com as distribuidoras”, diz o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado do Espírito Santo (Sindirodoviários), Edson Bastos.
O presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Espírito Santo (Setpes), Jerson Antônio Picoli confirma. “Já temos impacto; e não teremos combustível para rodar na segunda-feira. A partir de amanhã (hoje, 25) teremos frota reduzida, para economizar diesel e rodar na segunda-feira. O Governo também está se movimentando para ver de que forma conseguimos diesel para colocar nos ônibus; senão não vai rodar. Tem riscos do sistema de transporte coletivo não ter condições de rodar por conta da greve”, frisa.
Comércio e indústria já amargam prejuízos
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Espírito Santo (Fecomércio-ES) disse, por nota, que se solidariza com a luta dos motoristas, mas “espera que haja bom senso das partes envolvidas na paralização, Governo e Classe Trabalhadora, para que as atividades comercias voltem à normalidade”. Afirma que há graves prejuízos para a economia capixaba no ano de recuperação da economia capixaba e que o comércio , está sendo afetado com alterações no fluxo de encomendas, atraso nas entregas de produtos alimentícios, farmacêuticos e outros.
O presidente da Associação dos Empresários da Serra, Djalma Quintino, disse que a paralisação dos caminhoneiros já afeta as empresas e indústrias, pois as matérias primas não chegam. “Já não temos combustível, daqui a pouco estamos sem alimento. O motivo da greve é muito justo e estou confiante que tudo se resolva logo”, frisa.
Fila para abastecer, gasolina cara e Procon de olho
Até à noite de quinta-feira, muitos postos da cidade já não tinham combustível para abastecimento da população e onde havia, a fila de espera era longa.
O proprietário da Rede de Postos Serra Linda, Rafael Garcia, ainda tinha gasolina em um dos postos até o fechamento desta edição.
“Temos dois postos, o Shell da Rotatória, e o Alle no Civit II. No Shell a gasolina já acabou, mas temos diesel ainda. Não há previsão de entrega por parte de nenhuma distribuidora. Tenho gasolina ainda no posto do Civit e espera na fila é de 1h30, mas só tenho para hoje (24). O consumo multiplicou e muitos postos aumentaram o valor do produto”, explica o empresário.
Mesmo com consumo maior que a demanda, Rafael disse que manteve os valores praticados antes da greve. “Mantive por questão ideológica, mas teremos prejuízo a partir de amanhã (hoje, 25), pois vou ter custos operacionais fixos, sem rentabilidade, e perder oportunidade de venda pela falta do produto. O maior prejuízo é para o consumidor, que fica horas na fila”, aponta.
A assessoria de imprensa da prefeitura informou que o Procon da Serra autuou dois postos pelo aumento abusivo no preço dos combustíveis e vai encaminhar os casos ao Ministério Público. Disse que continuará a fiscalizar nos próximos dias. O consumidor pode denunciar pelo fiscalização.procon@serra.es.gov.br ou nos 3252-7243/3252-7242.
Já a assessoria de imprensa do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado do Espirito Santo (Sindipostos-ES) informou por nota que já ocorre desabastecimento em várias cidades do estado. Porém, disse ser contra a falta de fornecimento gerada pela greve, porém defendeu a redução de impostos.
Risco de falta de comida e medicamentos em hospitais
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) foi questionada se há risco de falta de insumos nos hospitais públicos do estado e garantiu que eles estão abastecidos com oxigênio e medicamentos. Acrescentou que as ambulâncias possuem combustíveis e que consultas e exames médicos estão mantidos. “Até o momento todos os serviços estão em funcionamento”, disse na nota.
Na rede privada o atendimento também segue normal, segundo o diretor-presidente do Hospital Metropolitano, Remegildo Gava. “Por enquanto não tem reflexos no hospital e tenho conversado com colegas do Brasil inteiro. Mas se a greve se prolongar vai faltar comida até medicações de alta complexidade e pode afetar nosso estoque de insumos hospitalares, que geralmente atende por 30 dias. Mas temos impactos indiretos, como nos fornecedores”, lembra.
Empresas
Já assessoria de imprensa da Cesan disse que no momento não há previsão de desabastecimento de água no Estado.
Ponto de bloqueio na BR 101 em Chapada Grande
Na tarde da última quinta-feira (24), havia um ponto de bloqueio apenas para veículos pesados no Km 247, na BR-101, próximo ao Posto Bruna, na região de Chapada Grande, na Serra. A informação é da Polícia Rodoviária Federal que disse que havia protesto no local. Ontem também tinha bloqueios em Linhares, João Neiva, Aracruz, Ibiraçu, Viana, Colatina, Cachoeiro, Iconha, Ibatiba e Afonso Claúdio, mas só para caminhões e carretas.
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