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Serra já tem 75 casos suspeitos de zika vírus

A doença é contraída pelo mesmo mosquito que também transmite a dengue e o chikungunya, o aedes aegypti. Foto:> Divulgação/Agência Brasil

Por Ana Paula Bonelli

Aumentou para 75 o número até o momento de moradores da Serra com suspeita de zika vírus. No Estado, foram registrados 1.019 casos suspeitos de infecção pelo zika, sendo 10 confirmados laboratorialmente, oito em Vitória, um em Vila Velha e um em Cariacica. Foram notificados 32 bebês, entre nascidos e em gestação, com suspeita de microcefalia, mas ainda sem confirmação de relação com o zika vírus. Na Serra, oito gestantes estão em observação.

A doença é contraída pelo mesmo mosquito que também transmite a dengue e o chikungunya, o aedes aegypt. A única forma de combater a doença é eliminar o vetor. O maior risco é para as gestantes, pois o vírus causa microcefalia, má formação do cérebro. Os sintomas são similares ao da dengue, mas geralmente mais fracos: dor nas articulações, dor de cabeça, febre baixa, manchas pelo corpo com coceira.

E a Serra, segundo a Superintendente da Vigilância em Saúde, Kelly Rose Areal, está combatendo o mosquito com força total, inclusive com ajuda do Exército.

Uma das inovações está no uso do UBV Pesado (Utra Baixo Volume de Inseticida) que está em ação em todo o município desde o dia 30 dezembro. “É parecido com o fumacê só que usa um inseticida específico para o controle do aedes. A ação está sendo realizada em parceria com o Estado e estamos utilizando oito veículos para percorrer os bairros da Serra”.

Segundo Kelly, o carro passa de madrugada e no início da tarde estendendo os trabalhos até às 23h. “Este ação será intensificada até o dia o 30 deste mês. A ideia é matar o mosquito adulto. O carro faz o ciclo num bairro e de 3 a 5 dias retorna ao local. Matando o mosquito adulto, diminui a possibilidade de transmissão”, frisa a Superintendente.

São feitas ainda ações em parceria com as secretarias de Meio Ambiente e Serviços. “Também temos ações por meio do Bloqueio focal, que é feita em pontos estratégicos, ou seja, no local onde é identificado um caso o mais de dengue, entendemos que ali é um potencial criadouro do mosquito com o vírus. Esta ação é feita com a bomba costal e com inseticida específico num raio de 150 metros das residências”.

As visitas em pontos estratégicos são quinzenais e a Serra possui em torno de 350 pontos. Os lixões estão incluídos em áreas de pontos estratégicos. “Ações em áreas de risco de forma intensificada também tem ajudado a ter controle da doença”.

Segundo Kelly, a Serra não é o município de maior risco. “Não temos número grande de notificações. Não teve aumento de procura no posto de saúde por conta de zika e não tivemos óbito”.

O exame para identificar a doença não é feito no Espírito Santo e a média para se ter confirmação de resultados varia de 30 a 40 dias. “A expectativa é de que o Estado passe a fazer o exame a partir de fevereiro, mas não tem nada certo”.

O Espírito Santo pode enviar para análise 30 exames por semana, 120 por mês.

Sobre o caso do bebê nascido com microcefalia no hospital Jayme dos Santos Neves, Kelly reforçou que é um caso importado – a mãe veio de Guarapari –, e que está associado à contaminação pelo vírus zika.

“Este caso está sendo acompanhada pelo Hospital Infantil, mas ainda não se tem o resultado se é por conta de zika. Existe uma tendência por conta do tipo de microcefalia. A equipe de neuros e infectologistas do Infantil entende que a característica é muita parecida com os casos de Pernambuco”.

Exército

Os homens do Exército já estiveram presentes numa ação no bairro Feu Rosa e irão participar nesta quarta (6 ) e sexta (8) de outra ação em Jardim Carapina. Já no dia 19 e 20 o foco será a região de Jacaraípe.

Os soldados realizam visitas domiciliares e de pontos de estratégicos.

Panfletagem

Para combater o mosquito aedes o município realiza ainda ações educativas com panfletagem em regiões de maior movimento. Também se faz articulação com sociedade, com lideranças religiosas, comunitárias e estabelecimentos comerciais. “O objetivo é que cada pessoa se torne um agente de combate ao mosquito. Cuidar pelo menos do seu espaço, da sua casa, do seu comércio e igreja já contribui e ainda ajuda para que outras também o façam”.

Nos prédios públicos municipais, são feitas vistorias semanais.

Dados nacionais

O Ministério da Saúde divulgou nesta terça-feira (5) o primeiro informe epidemiológico de 2016 sobre os casos suspeitos de microcefalia relacionada ao vírus Zika. As informações são referentes aos dados até o dia 02 de janeiro. Desde o início das investigações, foram notificados 3.174 casos suspeitos da doença em recém-nascidos de 684 municípios de 21 unidades da federação.

Pela primeira vez,  está sendo investigado um caso no estado do Amazonas. Também estão em investigação 38 óbitos de bebês com microcefalia possivelmente relacionados ao vírus Zika. O estado de Pernambuco, o primeiro a identificar aumento de microcefalia, continua com o maior número de casos suspeitos (1.185), o que representa 37,33% do total registrado em todo o país. Em seguida, estão os estados da Paraíba (504), Bahia (312), Rio Grande do Norte (169), Sergipe (146), Ceará (134), Alagoas (139), Mato Grosso (123) e Rio de Janeiro (118).

 

Ana Paula Bonelli

Moradora da Serra, Ana Paula Bonelli é repórter do Tempo Novo há 25 anos. Atualmente, a jornalista escreve para diversas editorias do portal.

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