Em 2023, um total de 94.121 trabalhadores conseguiu emprego com carteira assinada na Serra. Esse quantitativo é o maior do Espírito Santo e representa um crescimento de 9,1% em comparação com o ano anterior. Embora a Serra lidere as contratações, o número de demissões também acompanhou esse crescimento, registrando um total de 87.881 pessoas desligadas de seus empregos. Mesmo assim, no coeficiente geral, o resultado foi bastante positivo: foram criados 6.240 postos de emprego (diferença entre contratações e demissões). Os dados são do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
A segunda cidade que mais contratou trabalhadores foi Vitória, empregando 81.312 pessoas em trabalho formal de carteira assinada. Embora tenha empregado menos, também houve menos demissões, o que fez com que a capital ultrapassasse a Serra na geração de postos de trabalho, atingindo um resultado final de 6.269, ou seja, 29 vagas a mais – número considerado irrisório percentualmente. Juntas, as duas cidades representam 36,5% de todos os postos de empregos gerados no Espírito Santo (+34.202), sendo o restante dividido entre os demais 76 municípios capixabas.
Sem surpresa, o setor de serviços foi o que mais gerou postos de trabalho, com um total de +1.834, considerando a diferença entre contratações e demissões. Dentro desse setor, a atividade de transporte e armazenagem apresentou o melhor desempenho (+1.092), o que não surpreende, já que a Serra é o principal polo de logística rodoviária do estado. Para os moradores da Serra que buscam qualificação profissional para ingressar no mercado de trabalho, essas atividades oferecem funções como motorista de caminhão, operador de empilhadeira, coordenador de logística, auxiliar de armazém, agente de cargas, almoxarife, planejador de rota, entre outras.
A Indústria foi o segundo setor com maior empregabilidade (+1.557), com destaque quase absoluto para a atividade de indústria de transformação (+1.540), que engloba empresas que transformam matérias-primas em produtos acabados ou semiacabados. Com dez polos industriais espalhados pela Serra, a indústria tem demonstrado avanços econômicos significativos nos últimos anos. Prova disso é a evolução do último PIB Industrial (referente a 2021), que cresceu surpreendentes 146,2% em comparação com o ano anterior (2020), impulsionado especialmente pela metalurgia.
O setor de comércio ficou em terceiro lugar, também demonstrando grande força na contratação de mão de obra, com um saldo positivo de 1.450 postos de emprego. A Serra é uma cidade pujante, com um comércio forte e intenso, sendo um polo estadual do setor de autopeças, por exemplo. O setor de construção completa a lista das grandes áreas que demandaram contratações, criando um total de 1.393 postos de trabalho em 2023. Esse resultado também se deve ao volume de investimentos públicos em infraestrutura, que, somados os aportes do Governo do Estado e da Prefeitura da Serra, ultrapassaram R$ 1 bilhão em 2023, demandando mão de obra para o setor.
Embora a cidade tenha 60% de seu território como área rural, a agricultura e agropecuária continuam sendo atividades de menor atratividade. Em 2023, entre contratações e demissões, gerou-se apenas 9 postos de emprego a mais.