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Serra lidera setor metalmecânico e sedia feira de R$ 50 milhões

Marcos Milanezi, Henrique Melo e Caio Vidigal estão otimistas com a feira, apesar da crise econômica. Foto: Divulgação/ Edson Reis

Por Bruno Lyra 

Locomotiva da indústria capixaba, a Serra recebe de terça (28) a sexta (31) a principal feira de metalmecânica, automação e energia do Estado, a Mec Show, no pavilhão de Carapina. Organizadores e representantes dos segmentos que participarão do evento falam sobre a expectativa de negócios, conjuntura de crise e oportunidades. Carro-chefe da Feira, cuja expectativa é de movimentar R$ 50 milhões, o setor metalomecânico representa 17% do PIB do ES, sendo que 25% das empresas estão na Serra.

Marcos Milanezi – organizador da Mec Show    

 

1 – Por que a Mec Show acontece na Serra? 

A Serra é o principal polo industrial do Espírito Santo. Além disso, o município possui o melhor espaço para eventos do porte da MEC SHOW, que é o Pavilhão de Carapina.

2 – Qual a movimentação de negócios esperada? Quantos empresários e profissionais devem participar? 

Ano passado, a projeção de negócios durante a feira foi de R$ 50 milhões, valor que esperamos manter na edição deste ano. A Mec Show vai reunir 180 expositores e aguarda um público de 17 mil profissionais. Receberemos empresários de outros estados brasileiros e até mesmo do exterior.

3 – A crise econômica vai influenciar nos negócios esperados na feira? 

A participação de mais de 20 novas empresas na feira demonstra que algumas enxergam oportunidades nos momentos de incertezas. As indústrias do setor metalmecânico estão diversificando mercados, lançando novos produtos e buscando atrair novos clientes. É o que buscamos criar com a Mec Show.

4- Quais potenciais da Serra e do ES para o desenvolvimento dos setores representados na Mec Show?

O Espírito Santo já é reconhecido internacionalmente pelo desenvolvimento da indústria metalmecânica, que tem uma base muito sólida no município da Serra. Além da presença das grandes plantas industriais, como Vale, Samarco e ArcelorMittal. O Estado desponta também como um importante produtor de petróleo e gás natural, trazendo ainda mais oportunidades.

Diretor da Agência de Serviços Públicos de Energia do Estado do Espírito Santo (Aspe), Henrique Melo de Moraes.

 1- Que tipo de oportunidade uma feira como a Mecshow gera para o setor de energia?

Energia é fundamental no setor metalomecânico. Nesse momento de elevadas tarifas e algumas incertezas em relação à questão energética, a Mec Show é o fórum adequado para a discussão e o debate sobre energia.

 2- Quanto da energia elétrica consumida no ES é produzida no estado? Qual o caminho para reduzir essa dependência?

Do total da energia consumida no ES, 48% é importada de outros estados e 52% é produzida aqui.  O Espírito Santo é, proporcionalmente, o estado brasileiro com a maior autoprodução. Para reduzirmos a dependência é preciso estimular o aproveitamento do potencial hidrelétrico remanescente, o uso do gás natural e a geração distribuída, com painéis fotovoltaicos e outras fontes.

3- Quais os maiores gargalos e como garantir a provisão energética para expansão do parque industrial e logístico da Serra?

Não existem grandes gargalos no sistema que hoje supre o ES. Algumas obras do Sistema Interligado Nacional (SIN), como linhas de transmissão e subestações, estão sofrendo algum atraso, mas isso é um problema do país, que se reflete em todos os estados, incluindo o nosso. Vamos garantir a provisão energética dando continuidade às obras programadas, estimulando a autoprodução,  a eficiência energética e a geração distribuída.

4 – Qual deve ser a tendência de nossa matriz nos próximos anos?

A matriz de geração tende a se expandir predominantemente com usinas termelétricas a gás natural. Outra possibilidade é utilizar gás natural importado, utilizando nossa infraestrutura portuária. O potencial eólico do Espírito Santo é bom, mas no Nordeste e Extremo Sul do país o potencial é melhor.  A fonte solar também possui bom potencial no Estado, e o Governo cogita incentivar o investimento nessa fonte.

Presidente da seção capixaba da Sociedade de Instrumentação e Sistemas de Automação (Isa),  Caio Henrique Vidigal

1- Como será a participação da Isa na Mec Show?

 Até o ano passado fazíamos nosso evento, o Isa Show, de forma independente. Vínhamos conversando em fazer nossa feira integrada à Mec Show, pois o setor metalmecânico é grande consumidor de automação. Isso amplia possibilidades para intercâmbio entre profissionais, investidores e empresas.

2 – Quem são os principais clientes de automação e qual a importância da Serra neste mercado?  

São as grandes indústrias de base, como Arcelor, Fíbria, Vale, Samarco e Petrobrás. Não é à toa que a maior seção da Isa no Brasil é no ES, com cerca de 300 associados.  Mas há também demanda por automação em empresa menores, incluindo o setor comercial. A Serra é um mercado importante, temos cerca de 100 empresas, de diferentes portes, dedicadas à montagem e instalação de sistemas de automação. Muitas delas em Jardim Limoeiro e no Civit.

3 – Como o setor enxerga o desejo da Serra em instalar um polo de tecnologia na região do Contorno?

Pode atrair empresas de automação. Por ser um mercado que exige investimentos razoáveis, pode ser uma oportunidade para talentos locais ficarem por aqui. Gente que naturalmente trabalharia para empresas de fora pode ter chance de ser empreendedor no polo.  Aqui temos instituições voltadas para a formação dessa mão-de-obra em cursos técnicos no Senai, Contec e superior no Ifes, UCL e Multivix.

4 – O que é e o que faz a Isa?

É uma associação internacional criada em 1945 voltada para o fomento da automação e ajudar a qualificação da mão de obra do setor, abrangendo profissionais que estão na área. Na Mec Show faremos paralelamente a Isa Show com 15 expositores. Ano passado atraímos cerca de 3 mil pessoas entre profissionais e estudantes. Como estaremos na Mec, a expectativa é que recebamos um público maior.      

 

Gabriel Almeida

Jornalista do Tempo Novo há mais de oito anos, Gabriel Almeida escreve para diversas editorias do jornal. Além disso, assina duas importantes colunas: o Serra Empregos, destinado a divulgação de oportunidades; e o Pronto, Flagrei, que mostra o cotidiano da Serra através das lentes do morador.

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