A Prefeitura da Serra, através do chefe do Executivo Sergio Vidigal (PDT), está solicitando ajuda do Exército Brasileiro para o combate ao coronavírus na cidade. Para isso, a administração municipal enviou ofícios ao Ministro da Defesa, Walter Souza Braga Netto, solicitando o apoio necessário para que os moradores obedeçam aos protocolos de segurança contra a Covid-19, principalmente o uso de máscara nas ruas – que agora é obrigatório em todo o município e quem insiste em circular sem o item pode ser multado.
De acordo com informações obtidas pelo TEMPO NOVO, no documento enviado ao Ministério da Defesa, a Prefeitura da Serra ressalta que o Município está enfrentando o pior momento da pandemia causada pelo coronavírus. Também destaca que a Serra é a cidade com o maior número de casos confirmados em todo o Espírito Santo e vice-líder em óbitos por complicações da Covid-19. Ao todo, são 53.811 casos, 1.092 óbitos e taxa de transmissão de 1,14%.
“O município da Serra apresenta o total de 53.811 casos de Covid-19 confirmados, com total de 1.092 óbitos, taxa de transmissão de 1,14%. Sendo assim, faz-se necessária a ampliação das ações estratégicas para enfrentamento da epidemia”, diz o ofício.
A gestão de Vidigal ainda pontua que já vacinou mais de 87 mil pessoas dos grupos prioritários seguindo as Diretrizes do Programa Nacional de Imunização. Contudo, reforça que é de suma importância o apoio da guarnição do exército brasileiro no auxílio da execução de medidas preventivas dos protocolos sanitários estabelecidos.
“O objetivo é alcançar um maior número de abordagens e sensibilização social para restrição da interação social e com isso, possibilitar a redução dos riscos epidemiológicos e a disseminação do vírus no município”, salienta a prefeitura.
Polêmica de Bolsonaro
O prefeito Sergio Vidigal – crítico do governo de Jair Bolsonaro – solicitou a ajuda do exército em um momento onde o presidente afirma que pretende utilizar os soldados para impedir as medidas de enfrentamento ao coronavírus em cidades e estados brasileiros.
“Nossas Forças Armadas podem ir para rua um dia sim (…) para fazer cumprir o artigo 5º [da Constituição]: o direito de ir e vir, acabar com essa covardia de toque de recolher, direito ao trabalho, liberdade religiosa”, afirmou Bolsonaro nesta semana.
Vale lembrar que Bolsonaro sempre minimizou o impacto da pandemia de coronavírus, desencorajou a população a usar máscaras, manter o distanciamento social, desacreditou de vacinas contra a doença, causou diversas aglomerações e utiliza máscara pouquíssimas vezes. A ação de seu governo em relação ao combate da Covid-19 é duvidosa e está prestes a ser investigada.
Fiscalização também nos terminais
Um dos locais onde mais ocorrem aglomerações diárias são os terminais. Neste caso, trabalhadores são obrigados a enfrentar imensas filas e ônibus lotados para irem ao trabalho, médico ou outros compromissos. E mesmo sabendo do perigo de contaminação em ambientes fechados e lotados, muitos passageiros ainda insistem em não utilizar máscara.
Para tentar combater isso, a Prefeitura da Serra também enviou ofício a Ceturb, onde pede autorização para fiscalizar os terminais de passageiros localizados na cidade.
No documento enviado à Ceturb, a autorização para fiscalizar os terminais de passageiros é solicitada, uma vez que por esses locais passam milhares de pessoas. “O objetivo é se fazer cumprir os protocolos sanitários estabelecidos de combate da pandemia”, diz a prefeitura.
