De janeiro a agosto, o ES perdeu 24.755 postos de trabalho. E a Serra foi o município com mais baixas, 6.892, número que representa 27% do Estado. A perda de postos de trabalho em relação ao mesmo período do ano passado no município, já é de 5,21%. Os dados são do Ministério do Trabalho e se referem aos trabalhos formais e refletem o balanço entre empregos formais gerados e perdidos.
Os setores que mais registram queda foram o de serviços, com 2.337 postos a menos e a construção civil que embora em números absolutos tenha registrado 1.766 postos, teve o maior recuo proporcional: -10%.
Para o economista da UFES, Aldous Albuquerque, a Serra foi a grande geradora de empregos nos últimos anos. Por isto é natural que a cidade perca mais postos de trabalho que as demais. “Mas até o final do ano as taxas de desemprego vão se estabilizar devido as datas festivas que aquecem a economia”, pondera.
Já o presidente da Associação dos Empresários da Serra (ASES) Antônio Gerado de Lima, afirma que a expectativa é de mais demissões caso não seja feita uma reforma política e econômica eficaz. “A cidade está no topo desse índice porque tem um grande setor metalmecânico e construção civil além de ser um polo de prestadores de serviço, que são os setores mais afetados”, avalia.
O Secretário Municipal de Trabalho, Emprego e Renda, Romário de Castro, disse que a maior demanda por qualificação e emprego vem de moradores das regiões de Laranjeiras e Jacaraípe.
O Superintendente do Ministério do Trabalho no ES, Alessandro Comper, entende que o cenário é difícil, mas avalia que há setores que estão apresentando recuperação. “A nível nacional o setor de serviços demitiu menos do que meses anteriores. A indústria de transformação que embora se recuperou em relação ao mês passado. O setor de alimentos e bebidas, que faz parte dessa indústria, teve um aumento de 7 mil postos. A agricultura é outro exemplo, teve recuo de 4,5 mil postos, mas foi a menor queda em agosto desde 2005”, revela.
Empreender vira caminho para driblar crise
O desemprego em alta está levando as pessoas a empreenderem mais. Tanto que 19,8% da população ocupada do país já trabalha por conta própria, segundo o IBGE. A técnica em Edificações Gizelle Lima de Souza trabalhava na construção civil e foi demitida em abril, pois não havia mais obras previstas. Ela abriu um salão de beleza em Laranjeiras há dois meses.
“Já pensava em abrir um negócio. O trabalho formal não te dá tanta segurança. Ter o próprio negócio é melhor, pois depende mais de você, de sua competência e dedicação. No trabalho formal, por mais competente e dedicado que seja, sempre há risco de demissão”, avalia.
O Secretário Municipal de Trabalho, Emprego e Renda, Romário de Castro, diz que a Prefeitura tem uma política de apoio a quem deseja começar a empreender. “Promovemos a qualificação do trabalhador para virar empreendedor, com parceria com entidades que dão cursos de confeiteiro, massagista, cuidador de idoso, corte e costura e eletricista,” enumera.
Ele orienta os interessados a ir ao Pró-cidadão e acessar o site da PMS para acompanhar a oferta destes cursos.
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