Política

Na Serra, Sérgio Moro critica obras paradas de Bolsonaro e diz que vai retomar Contorno do Mestre Álvaro

A agenda acontece neste momento na Churrascaria Serra Grande, em Laranjeiras. Foto: Gabriel Almeida

O ex-juiz e pré-candidato à Presidência da República, Sergio Moro (Podemos) em visita a Serra nesta sexta-feira (11) com empresários disse que sua prioridade, caso seja eleito presidente do Brasil, é dar celeridade para as obras já iniciadas pelo governo Bolsonaro. Na Serra, o Contorno do Mestre Álvaro é uma dessas intervenções citadas por Moro.

Em entrevista para o Tempo Novo, Moro disse que tem visto algumas inaugurações pelo Brasil, mas muito pontuais. “Se você considerar o conjunto de investimento público no Brasil ele é muito baixo. Temos que começar obras e tratar essas que já foram iniciadas como prioridade.

As obras do Contorno do Mestre Álvaro, conforme anunciado pelo Jornal Tempo Novo serão entregues em atraso. A obra não está parada, mas segue em ritmo reduzido devido à diminuição de envio de recursos à empresa responsável pela construção.

Em nota o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) confirmou que o contorno – que deveria ser entregue este ano – está com seu andamento em atraso e deve ser concluído somente até o final de 2023.

Outra mudança anunciada no projeto inicial é o pavimento da via que seria com asfalto e agora receberá concreto. A construção foi iniciada em 2019 com a promessa de solucionar um dos principais gargalos da mobilidade urbana da Serra, mas vem sofrendo atrasos devido à falta de verba da gestão de Jair Bolsonaro – informação confirmada pelo próprio Governo Federal.

A primeira agenda do presidenciável no Espírito Santo acontece na Serra a convite do empresário e médico Dr. Gustavo Peixoto.

Bolsonaro também foi muito criticado por Moro durante a agenda na Churrascaria Serra Grande, em Laranjeiras. O ex-Ministro da Justiça disse que dólar está alto por decisões equivocadas do Governo. “Bolsonaro passou o ano inteiro de 2021, atacando instituições, falando de eleição e dando indícios de que queria aplicar um golpe. Isso acaba afastando investidores. Vários fundos de investimentos americanos estão se afastando do Brasil. O país vai mal porque Bolsonaro é ruim”.

Ele também criticou aumento dos combustíveis e da energia elétrica e falou sobre a inflação. Outro alvo de críticas foram as políticas econômica do PT, dos governos Dilma e Lula. Moro citou o crescimento do índice violência a partir de 2003 e que os números só voltaram a reduzir a partir da saída do PT do governo.

Lembrou também que quando Ministro ouve queda histórica de assassinatos de 22% em 2019 com relação a 2018.

Moro também criticou o presidente Jair Bolsonaro e prometeu, caso seja eleito, atuar para acabar com a reeleição. “Vamos assumir que a reeleição não deu certo; olhe para o governo atual, ele está trabalhando desde o ano passado somente para continuar no poder. O presidente ficou o ano passado inteiro trabalhando para se reeleger, quebrando o país com isso e ainda ameaçando um golpe de Estado; isso gera uma instabilidade no país”.

Moro também falou sobre crescimento econômico. “O Brasil não tem crescido por período prolongado há muito tempo. Precisamos controlar a inflação, para poder derrubar as taxas de juros e retomar o crescimento produtivo. Esse crescimento econômico tem que ser inclusivo, outra parte do nosso plano é transformar o Brasil num canteiro de obra, temos que aproveitar todo esse fluxo de investimento estrangeiro e criar condições favoráveis para esse dinheiro vir aqui para o Brasil. Inclusive fazendo isso, você tem uma estabilização da cotação do dólar e resolve um monte de problema interno do Brasil”.

O presidenciável também assumiu que não conseguiu fazer o combate ostensivo contra a corrupção. “Não tive espaço no Governo para esta pauta. O Bolsonaro que se elegeu com essa pauta, não foi o presidente que criou instrumentos e ferramentas institucionais no combate a corrupção. Muito  pelo contrário ele desmontou os instrumentos destinados ao combate a esta prática. O governo atual não deu certo; não podemos apostar também em um governo passado que possui escândalos de corrupção; um governo que é o Governo da recessão econômica; eles tentam esconder, mas eles são isso”.

Yuri Scardini

Morador da Serra, Yuri Scardini é repórter do Tempo Novo. Atualmente, o jornalista escreve para diversas editorias do portal, principalmente para a editoria de política.

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