Serra tem 21 casos suspeitos de zika vírus

Por Clarice Poltronieri

Aumenta no país a preocupação com os casos de zika vírus, transmitida pelo mosquito aedes aegypti, que também causa dengue. No estado, até o momento, são 126 casos de suspeita da doença, com três confirmações. Na Serra já são 21 casos suspeitos. Nenhum em mulheres grávidas. No último final de semana o Ministério da Saúde afirmou que os casos de microcefalia em bebês está associada à doença na mãe durante a gestação.

A informação é da superintendente de Vigilância em Saúde da Serra, Kelly Rose Areal, que afirma que todos os casos estão sendo monitorados de perto. “Em Vitória, de 120 suspeitas, apenas três foram confirmadas e aqui ainda não temos nenhuma notificação. Estamos atentos, mas não em alerta, pois enquanto nos outros municípios aumentam os casos de dengue, aqui diminuíram em relação ao ano passado”, aponta.

Mas ela alerta que há focos do mosquito transmissor de zika vírus em todo município e os maiores estão nas regiões de Laranjeiras e Jacaraípe. “Intensificamos as ações em pontos estratégicos, como ferros-velhos, cemitérios, valas e charcos, mas o problema ainda está nas residências”, afirma.

Além das ações de combate ao vetor, a Prefeitura Kelly ressaltou está capacitando médicos e funcionários dos postos de saúde para identificarem e tratarem os casos suspeitos de zika.

Os sintomas da doença são similares aos da dengue, porém mais brandos na maioria das vezes: manchas com coceira, dor de cabeça e dor nos olhos, em geral sem febre. Caso haja algum desses sintomas, o paciente deve procurar o posto de saúde mais próximo.

Para evitar a doença, a ação mais importante é combater o mosquito. O último levantamento feito pela prefeitura de focos do mosquito foi em novembro, apontando que os maiores são nas casas. Por isso, pede-se maior cuidado da população com as tampas das caixas d’água, pneus e garrafas e outros locais onde as larvas do mosquito possam se desenvolver.

Grávidas e microcefalia

Para as mulheres grávidas, especialmente no 1º trimestre da gestação, a doença é especialmente perigosa, pois pode causar microcefalia, que é o desenvolvimento que a cabeça e o cérebro das crianças são menores que o normal para a sua idade.

Portadores da microcefalia podem precisar de cuidados por toda a vida, sendo dependente para comer, se mover e fazer suas necessidades, dependendo da gravidade da doença.

O Ministério da Saúde confirmou no último sábado (28) a relação entre o vírus zika e o surto de microcefalia. Em todo Brasil, 1.248 casos de microcefalia em 14 estados e 311 municípios estão sendo acompanhados.

As gestantes devem evitar locais com muito mosquito e fazer uso de repelentes apropriados, cortinados e roupas compridas.

Exame é feito no Pará

No estado não há ainda um local para análise do exame e confirmação da doença. “Os exames são coletados e enviados para análise na Fundação Evandro Chagas, no Pará”, conclui Kelly.